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Mudança na dívida pode evitar crise
Até o final de 2007, a reestruturação que vem sendo feita
na dívida mobiliária tornará
o país muito menos vulnerável a uma crise que obrigue o governo a uma elevação repentina
dos juros. Hoje, do total da dívida, 52% ainda está indexada à Selic (a taxa básica de juros), mas o
Tesouro, cada vez mais, troca esses papéis por títulos prefixados
(vinculados a outros índices de
preços).
No ritmo atual, a perspectiva é
de que, em dezembro de 2007,
apenas 17% da dívida mobiliária
continue indexada à Selic, segundo cálculos de Tomas Málaga,
chefe do departamento econômico do Banco Itaú. Em valores
nominais, a dívida "selicada" do
Tesouro cai, em pouco menos de
dois anos, dos cerca de R$ 500 bilhões para algo entre R$ 180 bilhões a R$ 190 bilhões.
Se o Tesouro mantiver essa política, o país estará mais preparado para enfrentar uma crise externa causada, por exemplo, por
uma alta do preço do petróleo ou
por uma queda no preço das
commodities. O impacto de uma
elevação dos juros seria muito
menor para o custo da dívida.
"Essa política garante uma diminuição importante da volatilidade da dívida, principalmente
num ano eleitoral como este", diz
Tomas Málaga.
Pelas contas de Tomas Málaga,
hoje, com o atual perfil da dívida
mobiliária, um aumento de um
ponto percentual dos juros representa uma alta de também
um ponto percentual sobre a dívida. No final do ano, este impacto deve cair para cerca de 0,6%, e,
no final de 2007, para 0,2%.
Na prática, o que o Tesouro
tem feito é deixado de rolar as
LFTs (Letras Financeiras do Tesouro Nacional), que são indexadas à Selic, para lançar NTNs
(Notas do Tesouro Nacional),
que são prefixadas. Como a tendência dos juros é de queda, o
mercado está aceitando comprar
NTNs com juros em torno de
15% ao ano, mais baixos portanto do que a Selic.
A má notícia é que os efeitos
dessa política sobre o total da dívida pública em relação ao PIB
são muito pequenos. A dívida
ainda está caindo num ritmo
muito lento.
Segundo Málaga, a dívida deve
fechar 2006 em torno de 52% do
PIB, e 2007 em 49,5% do PIB. A
tendência é positiva, mas os
avanços não são grandes. O problema é que a conta dos juros do
país ainda é muito alta, em torno
de 8% do PIB, e, apesar do superávit primário de 4,25% do PIB, o
Brasil ainda apresenta um déficit
nominal de 3,3% do PIB. "O total
da dívida ainda cai muito devagar por os juros ainda são muito
elevados", diz Tomas Málaga.
PALESTRA
CÂMBIO NA MESA
O economista Gustavo
Franco (foto), presidente da
Rio Bravo e ex-presidente do
Banco Central, irá fazer
palestra no próximo dia 9 pra
150 empresários do Lide
(grupo de líderes
empresariais) durante café da
manhã, no hotel Caesar Park,
em São Paulo. O tema será
política cambial.
BOI NO LANCE
Os empresários Roberto
Gutierrez (Andrade Gutierrez) e Paulo de Castro Marques (União Química) juntaram-se para promover um
leilão de gado da raça Brahman, na Expozebu, que será
realizado no próximo sábado,
em Uberaba, Minas Gerais. A
expectativa é vender 30 vacas
por preços médios superiores
a R$ 50 mil. Os empresários
estão entre os maiores criadores de bovinos Brahman do
país.
"SÓ AMANHÃ"
O Magazine Luiza acaba de
conseguir, por meio de decisão do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), o direito de utilizar por
dez anos, com exclusividade,
a expressão "só amanhã". A
empresa usa o bordão desde
1992 para anunciar ofertas válidas apenas por um dia.
BEAT ACELERADO
A rede de ensino de inglês
Wise Up vem mantendo média de uma nova escola a cada
10 dias. De de janeiro até agora, inaugurou 12 unidades,
quatro delas em São Paulo.
Em julho, a rede deve chegar
a Portugal, com investimentos de 300 mil, e até o fim do
ano abre a segunda escola nos
Estados Unidos, localizada
no Estado da Flórida. A rede
faturou R$ 100 milhões em
2005.
MARTELO ELETRÔNICO
A Itautec acaba de lançar projeto para definir o destino de sua
produção excedente, calculada em torno de R$ 300 mil ao mês:
leilões on-line. Em parceria com a Chance Leilões, a empresa
disponibilizará um primeiro lote de mais de 250 mil componentes eletrônicos. "São ofertas pela internet e os interessados
podem apresentar suas propostas a partir de um mínimo recomendado", diz Flávio Philbert, gerente comercial da Itautec.
Philbert afirma que a idéia, além de lucro, deve representar economia. "Gastamos espaço da fábrica e ocupamos funcionários
para cuidar do material armazenado", diz. Os produtos vendidos pelo site (www.chanceonline.com.br) têm, em média, 40% de desconto. Em alguns casos, a diferença chega a 80%.
FRANÇA FUTURISTA
O presidente francês, Jacques Chirac, apresentou seis
grandes novos projetos de
inovação industrial para o
país nas áreas de agroquímica, energia, transportes, multimídia, televisão e automobilismo. Entre as novidades estão uma biorefinaria orçada
em 98 milhões e uma nova
geração de metrôs sobre
pneus de 62 milhões. Chirac quer promover ainda
uma televisão móvel "sem limites", projeto de 98 milhões, e um motor de carro
híbrido (diesel-elétrico).
OLA URBANA
A Citroën se prepara para
lançar novo filme publicitário
do modelo Xsara Picasso. A
Carillo Pastore Euro RSCG,
agência da montadora, criou
peças em que os edifícios fazem uma ola quando a nova
versão do carro passa pelas
ruas. A Citröen atribui, entre
outros motivos, às campanhas publicitárias o crescimento da participação do
modelo no segmento, quando passou de 40% em 2005
para mais de 50% no primeiro trimestre deste ano.
JEQUITINHONHA
A Lepper (tecidos planos e
felpudos) passou a investir na
marca Meninos de Araçuaí. A
coleção tem como tema a arte
das crianças do Vale do Jequitinhonha (MG).
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