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Alinhado com Chávez, Morales se afasta de Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
Politicamente, o decreto da nacionalização promulgado ontem
sela o distanciamento do presidente Evo Morales de seu colega
brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e reforça o alinhamento da Bolívia com a Venezuela de Hugo
Chávez, em menor escala, com a
Cuba de Fidel Castro.
Lula, que se declarou publicamente duas vezes a favor de Morales durante a campanha -gerando críticas dos adversários do
socialista-, viu frustrados os esforços de negociação com o governo boliviano tanto pela via diplomática quanto pela Petrobras.
No dia 17 de abril, o ministro
boliviano dos Hidrocarbonetos,
Andrés Soliz Rada, esteve no Rio
para se reunir com o presidente
da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. O encontro terminou sem
avanços significativos. Na semana
passada, foi a vez de o secretário-geral do Itamaraty, embaixador
Samuel Guimarães, ir a La Paz para se encontrar com representantes do governo boliviano. A visita
encaminhou apenas algumas
propostas de colaboração brasileiras, que correm o risco de serem abortadas a partir da crise
aberta ontem.
Para piorar, as constantes criticas do governo contra a Petrobras
e a siderúrgica EBX fizeram com
que o Brasil se transformasse no
"principal vilão" do país, na definição de um diplomata brasileiro.
Já com Chávez e Fidel, com
quem Morales assinou um tratado de comércio no último fim de
semana, o alinhamento é praticamente total, sobretudo nas críticas de La Paz e Caracas contra Peru e Colômbia por causa da assinatura de tratados de comércio
com os Estados Unidos. A crise
praticamente enterrou a Comunidade Andina de Nações.
O decreto de Morales assinado
ontem tem semelhanças com medidas adotadas por Chávez, como
o aumento de impostos e a participação da estatal PDVSA como
sócia dos campos de petróleo. A
maioria das multinacionais aceitou essas condições.
(FM)
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