DA REDAÇÃO

Os Estados Unidos resolveram contra-atacar e deram o primeiro passo para questionar as medidas protecionistas que a União Européia criou para proteger o mercado local de aço.
A OMC (Organização Mundial do Comércio) recebeu na sexta-feira um pedido de consulta dos negociadores norte-americanos, o primeiro passo para a instalação de uma investigação formal dos técnicos da OMC.
A União Européia adotou as medidas em março, logo após os EUA anunciarem a elevação das tarifas de aço para proteger a indústria local. Em resposta, os europeus também aumentaram as tarifas de importação de aço, alegando que os fornecedores norte-americanos poderiam inundar o mercado europeu, prejudicando a indústria local.
Para o governo norte-americano, as medidas européias "parecem desrespeitar as regras de comércio internacional". Segundo o argumento norte-americano, não há indícios de que um aumento nas importações de aço da Europa esteja comprometendo a solidez da indústria européia.
Esse é praticamente o mesmo argumento usado pelos países prejudicados pelas medidas protecionistas norte-americanas que já recorreram à OMC, inclusive da União Européia.
A reação dos EUA veio no mesmo dia em que os europeus haviam decidido adiar por duas semanas a imposição de sobretarifas de cerca de US$ 300 milhões, que incidiriam principalmente sobre produtos de regiões eleitoralmente importantes para o presidente George W. Bush.
O adiamento veio depois de concessões feitas pelos EUA, cujos representantes afirmaram que o país estava pronto para liberar importações adicionais de aço da Europa. As medidas beneficiam produtores europeus que atuam em nichos de mercado, ou seja, fabricam produtos não produzidos nos EUA.