São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006

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Importações aumentam 22% neste ano

Governo considera movimento positivo, porque indica investimento em máquinas, e prevê superávit menor em 2006

Apesar de participação pequena, compras de bens de consumo são as que mais crescem; aquisição de carros subiu 169% em maio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A queda do dólar, combinada com um crescimento mais intenso da economia brasileira, provocou um aumento de 22% nas importações feitas pelo país entre janeiro e maio deste ano. Nesse período, as compras de produtos estrangeiros somaram US$ 34,002 bilhões, contra US$ 27,850 bilhões registrados nos primeiros cinco meses do ano passado.
"O Brasil está crescendo, as importações estão muito baixas em relação ao que se poderia estar importando, e a taxa de câmbio está muito atrativa", afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat.
Embora tenha uma participação pequena no total de importações, as encomendas de bens de consumo são as que mais crescem: também entre janeiro e maio, elas atingiram US$ 975 milhões, crescimento de 42,9%. Só no mês passado, a compra de automóveis, por exemplo, totalizou US$ 141 milhões, 169% a mais do que o valor apurado em maio de 2005.
Para Meziat, porém, a maior procura por bens de consumo importados tem pouca relevância devido ao pequeno peso sobre o total de importações -US$ 7,247 bilhões em maio.
O secretário afirmou ainda que o aumento das encomendas de mercadorias estrangeiras é positivo, pois indica que as empresas instaladas no país estão comprando máquinas e equipamentos para modernizar sua produção. "As importações estão crescendo como esperávamos e desejávamos."
Mesmo assim, Meziat disse que, caso julgue necessário, o governo poderá adotar medidas para frear o aumento das importações. "Se isso for um problema, existem mecanismos para neutralizar esse problema", afirmou, citando a possibilidade de aumento nas tarifas de importação de mercadorias que possam estar prejudicando produtores nacionais.
No mês passado, a balança comercial teve um saldo positivo de US$ 3,028 bilhões, levando o superávit acumulado neste ano para US$ 15,464 bilhões -abaixo dos US$ 15,621 bilhões apurados no mesmo período de 2005. Na comparação com maio de 2005, quando o superávit ficou em US$ 3,446 bilhões, o saldo do mês passado registrou queda de 12,1%.
Meziat minimizou essa queda, dizendo que ela já era esperada pelo governo. "As importações estão crescendo num ritmo muito maior que o das exportações. Todos sabemos que o saldo de 2006 será menor que o de 2005", afirmou.
No ano passado, as exportações brasileiras superaram as importações em US$ 44,7 bilhões. Neste ano, segundo Meziat, o superávit deve ficar em torno de US$ 40 bilhões.
Ele ressaltou ainda que houve uma queda tanto nas exportações quanto nas importações em maio, mas disse que isso se deve à greve dos fiscais da Receita Federal. Iniciada no começo do mês, ela dificulta a entrada e a saída de mercadorias, afetando os dados da balança.
Em média, o país exportou US$ 467,0 milhões por dia útil no mês passado, 14,3% menos do que o número apurado em abril. A média das importações, por sua vez, caiu 11,6% e ficou em US$ 329,4 milhões.


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