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Importações aumentam 22% neste ano
Governo considera movimento positivo, porque indica investimento em máquinas, e prevê superávit menor em 2006
Apesar de participação pequena, compras de bens de consumo são as que mais crescem; aquisição de carros subiu 169% em maio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A queda do dólar, combinada
com um crescimento mais intenso da economia brasileira,
provocou um aumento de 22%
nas importações feitas pelo
país entre janeiro e maio deste
ano. Nesse período, as compras
de produtos estrangeiros somaram US$ 34,002 bilhões,
contra US$ 27,850 bilhões registrados nos primeiros cinco
meses do ano passado.
"O Brasil está crescendo, as
importações estão muito baixas em relação ao que se poderia estar importando, e a taxa
de câmbio está muito atrativa",
afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do
Desenvolvimento, Armando
Meziat.
Embora tenha uma participação pequena no total de importações, as encomendas de
bens de consumo são as que
mais crescem: também entre
janeiro e maio, elas atingiram
US$ 975 milhões, crescimento
de 42,9%. Só no mês passado, a
compra de automóveis, por
exemplo, totalizou US$ 141 milhões, 169% a mais do que o valor apurado em maio de 2005.
Para Meziat, porém, a maior
procura por bens de consumo
importados tem pouca relevância devido ao pequeno peso sobre o total de importações
-US$ 7,247 bilhões em maio.
O secretário afirmou ainda
que o aumento das encomendas de mercadorias estrangeiras é positivo, pois indica que as
empresas instaladas no país estão comprando máquinas e
equipamentos para modernizar sua produção. "As importações estão crescendo como esperávamos e desejávamos."
Mesmo assim, Meziat disse
que, caso julgue necessário, o
governo poderá adotar medidas para frear o aumento das
importações. "Se isso for um
problema, existem mecanismos para neutralizar esse problema", afirmou, citando a possibilidade de aumento nas tarifas de importação de mercadorias que possam estar prejudicando produtores nacionais.
No mês passado, a balança
comercial teve um saldo positivo de US$ 3,028 bilhões, levando o superávit acumulado neste ano para US$ 15,464 bilhões
-abaixo dos US$ 15,621 bilhões
apurados no mesmo período de
2005. Na comparação com
maio de 2005, quando o superávit ficou em US$ 3,446 bilhões, o saldo do mês passado
registrou queda de 12,1%.
Meziat minimizou essa queda, dizendo que ela já era esperada pelo governo. "As importações estão crescendo num
ritmo muito maior que o das
exportações. Todos sabemos
que o saldo de 2006 será menor
que o de 2005", afirmou.
No ano passado, as exportações brasileiras superaram as
importações em US$ 44,7 bilhões. Neste ano, segundo Meziat, o superávit deve ficar em
torno de US$ 40 bilhões.
Ele ressaltou ainda que houve uma queda tanto nas exportações quanto nas importações
em maio, mas disse que isso se
deve à greve dos fiscais da Receita Federal. Iniciada no começo do mês, ela dificulta a entrada e a saída de mercadorias,
afetando os dados da balança.
Em média, o país exportou
US$ 467,0 milhões por dia útil
no mês passado, 14,3% menos
do que o número apurado em
abril. A média das importações,
por sua vez, caiu 11,6% e ficou
em US$ 329,4 milhões.
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