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Outro lado
Advogado afirma que a prisão de Piva de Albuquerque é ilegal e vê perseguição
DA REPORTAGEM LOCAL
Octavio Cesar Ramos, um
dos advogados de Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da Daslu -preso
ontem por policiais federais-,
afirma que a prisão de seu
cliente é ilegal e que vai entrar
com pedido de habeas corpus
no Tribunal Regional Federal.
"Antonio Carlos não reiterou
prática irregular de importação, como acusa o Ministério
Público Federal. Ele e sua família trabalham dentro da legalidade, tanto que, até agora, a
Daslu sequer foi autuada. O que
está acontece com a Daslu é um
excesso acusatório", afirma.
Cesar Ramos diz que a acusação da Receita Federal de importação irregular no final de
2005 após apreensão de mercadorias em Itajaí (SC) se refere a
parte de uma encomenda de
três anos atrás. A Receita diz
que a Columbia Trading estaria
importando irregularmente os
produtos ao ocultar o real importador, que seria a Daslu.
"Não há reincidência alguma
de importação irregular. Além
disso, Antonio Carlos sempre
esteve à disposição da Justiça.
Quando não estava em sua casa, estava em Monte Verde
[MG], cuidando de interesses
da família", afirma o advogado.
Cesar Ramos diz que esteve
ontem com seu cliente e que ele
está muito abalado e surpreso
com a prisão. "Antonio Carlos
não está bem de saúde. Devo levar o médico dele amanhã [hoje] ao presídio. Ele tem picos de
depressão. Acha que está sendo
perseguido pela promotoria."
O procurador Matheus Baraldi Magnani, que entrou com
pedido o de prisão preventiva,
segundo informa Cesar Ramos,
deverá ser acusado por abuso
de autoridade. "Estamos solicitando à OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] que entre com
uma representação na Corregedoria do Ministério Público
Federal contra o procurador
[Baraldi Magnani] por prática
de abuso de autoridade. A conduta dele fere decoro de promotores públicos. E a autoridade quando exercida com abuso
deve ser coibida."
Celso Vilardi, advogado criminalista da Columbia Trading, diz que as acusações de
importações irregulares contra
a trading são absurdas. "A importação foi feita pelo sistema
de compra e venda, não por
conta e ordem, com recursos da
própria Columbia, de forma regular. A empresa tem toda a documentação que mostra essa
operação. Depois, os produtos
seriam vendidos no Brasil para
a Daslu, uma prática legal."
Vilardi afirma ainda que uma
trading "tem exatamente essa
função, importar mercadorias
para as empresas. O único problema é que querem pegar a
Daslu, que é vítima. Só porque
iríamos vender os produtos para a Daslu a operação é ilegal?"
Cesar Ramos afirma que não
há dúvidas de que "existe uma
perseguição da família de Eliana Tranchesi [dona da Daslu].
Existem cerca de 2.800 processos no Ministério Público Federal de Guarulhos, mas só o
processo da Daslu anda."
A Daslu afirma, por meio de
nota, que "as acusações apresentadas no pedido de prisão
relativas à importação realizada pela Columbia Trading são
totalmente insubsistentes".
A loja diz ainda que "tanto a
Receita Federal quanto o Ministério Público admitem a inexistência de qualquer indício
de subfaturamento, limitando-se a alegar que teria ocorrido
"interposição fraudulenta", ou
seja, que a Columbia estaria
meramente agindo por conta e
ordem da Daslu, o que absolutamente não corresponde à
realidade."
(FF e CR)
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