São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006

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Bovespa tem dia favorável e fecha com alta de 3,33%

Dados econômicos dos EUA ajudam mercado global

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa começou o mês com uma importante valorização, de 3,33%, após acumular perdas de 9,5% em maio. O mercado de câmbio também teve um dia menos tenso e o dólar recuou 3,06%, a R$ 2,253. Dados econômicos divulgados nos Estados Unidos, que apontaram um cenário mais tranqüilo no que se refere a pressões inflacionárias, deixaram o mercado respirar.
Apesar do dia benéfico, analistas afirmam que ainda é importante ter cautela, pois o mercado ainda está muito suscetível a sofrer solavancos no curto prazo.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, apenas a ação preferencial da VCP registrou baixa (-0,83%) dentre as 55 de maior liquidez.
Operadores de corretoras afirmaram que investidores estrangeiros voltaram a comprar ações na Bolsa doméstica ontem, o que ajudou a impulsioná-la para fechar seu pregão na pontuação máxima do dia (37.748 pontos).
A ação preferencial da Cesp foi a que mais aproveitou a alta generalizada da Bolsa e terminou o pregão com valorização de 11,35%.
Investidores internacionais compraram com maior interesse títulos da dívida de emergentes ontem, o que permitiu que o risco-país brasileiro recuasse. O indicador registrou queda de 4%, marcando 262 pontos no fim das operações.
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de reduzir a taxa básica Selic de 15,75% para 15,25% anuais, anunciada no início da noite de quarta-feira, após o fechamento dos mercados, foi recebida com tranqüilidade.
A maioria dos investidores e analistas esperava que o BC cortasse a taxa básica em 0,50 ponto percentual.
O Banco Central, que interveio no mercado de câmbio por dois dias seguidos, preferiu ficar de fora ontem. Com a depreciação rápida do real, o BC entrou no mercado e vendeu, na terça e na quarta, contratos de "swap cambial", que ajudaram a evitar uma alta mais forte do dólar.

Juros para baixo
O mercado futuro de juros reagiu com a queda nas taxas projetadas. Nos últimos dias, as taxas futuras vinham subindo muito na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), contaminadas pelo clima desfavorável do mercado financeiro global.
No contrato DI mais negociado, que vence em janeiro de 2008, a taxa caiu de 15,99% para 15,72%.
No leilão de títulos prefixados feito ontem pelo Tesouro Nacional, as taxas pagas ficaram dentro do esperado. Foram leiloados cerca de R$ 3,24 bilhões em LTNs (Letras do Tesouro Nacional). O título com vencimento em janeiro de 2007 pagou taxa média de 15,11% anuais.
Na BM&F, o contrato DI que vence em janeiro de 2007 fechou com taxa de 15,06% anuais.
Em análise feita ontem, o economista Jason Vieira, da consultoria GRC Visão, afirmou que "com os dados nos EUA trazendo menor crescimento, o mercado reagiu positivamente", o que ajudou a melhorar o desempenho das Bolsas ontem.
A Bolsa eletrônica Nasdaq, que caiu 6,19% no mês de maio, fechou o pregão de ontem com alta de 1,88%.
Mas, como a ata da última reunião do Fed (o banco central americano), divulgada anteontem, não trouxe certezas aos investidores em relação ao futuro dos juros básicos nos EUA, essa calmaria pode ser abalada a qualquer momento.


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