DA REPORTAGEM LOCAL

Sete meses após a Operação Persona, que deflagrou um suposto esquema de importação fraudulenta envolvendo a Cisco, a Mude e outras empresas consideradas "de fachada", o mercado de roteadores, switches e outros equipamentos usados na conexão dos computadores à internet e na construção das redes de dados das empresas sofreu uma mudança. Especialmente entre os grandes empresários, a lição do episódio foi a de que é necessário diversificar fornecedores.
A Folha apurou que a Cisco continua liderando as vendas com 68% de participação no mercado em todos os segmentos, mas perdeu entre 10% e 15% das vendas de roteadores e switches para os concorrentes. As empresas que mais levaram vantagem foram 3Com, Huawei e Juniper.
"Ninguém quer mais ficar na mão de um só fabricante", afirma Claus Troppmair, diretor de vendas da Juniper. Segundo ele, até meados do ano passado, de cada 10 projetos disputados com a Cisco, a companhia perdia 7. Depois do escândalo, já conseguem ficar com metade dos projetos.
Ao contrário do que dizem os concorrentes, Marcelo Ehalt, diretor de engenharia da Cisco, afirma que a companhia norte-americana cresceu em todos os segmentos em que atua.

Fator preço
Embora as consultorias ainda não tenham feito um levantamento de preço dos produtos no primeiro trimestre deste ano, existe um consenso de que houve um aumento de pelo menos 10% nos equipamentos da Cisco, que teve de conceder mais descontos aos grandes clientes para não elevar tanto seu preço no Brasil.
Outra mudança ocorreu com os clientes que importam diretamente da Cisco nos Estados Unidos. Desde que o escândalo estourou, eles aumentaram o volume de suas importações. (JW)


Texto Anterior: Ex-importadora da Cisco aponta prejuízo de R$ 40 mi
Próximo Texto: País leva 13 prêmios em festival publicitário
Índice