São Paulo, terça-feira, 02 de junho de 2009

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Concordata não se estende à GM do Brasil

DE NOVA YORK

O presidente da General Motors, Fritz Henderson, afirmou ontem que o pedido de concordata e a reestruturação da companhia valem apenas para o mercado norte-americano, conforme a documentação e planos entregues à corte de Nova York.
Ele disse ainda que a empresa continuará operando em "bases globais", mas também terá "automóveis específicos" para cada mercado, como as picapes mais pesadas nos Estados Unidos. Henderson afirmou que os países emergentes, onde a demanda tem crescido acima da média mundial, continuam sendo um "importante foco" da GM. Ele não citou especificamente o que pode acontecer no Brasil, mas, em relação à China, disse que o mercado no país "é parte importante da nova GM".
No plano de reestruturação, marcas rentáveis ao redor do mundo deverão ficar sob o guarda-chuva da nova GM.
Ontem, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse que foi procurado há dois meses pela GM do Brasil e informado de que as consequências da concordata não se estendem ao país.
"Aqui, a situação é totalmente diferente."
Mas um possível efeito mercadológico, provocado por uma desconfiança dos consumidores em relação à marca, é esperado.
Na semana passada, o presidente da Fenabrave (associação dos concessionários), Sérgio Reze, afirmou que o consumidor pode ser induzido a uma "atitude irracional em função das notícias que vêm de fora", o que pode ser traduzido em queda nas vendas.
Mas, por enquanto, porém, os concessionários dizem não sentir resistência no mercado.
Para o presidente da Abrac (Associação Brasileira de Concessionárias Chevrolet), Armando Boscardin, se as vendas da GM tivessem de ser afetadas pelas notícias vindas de fora, já teriam sido.
"Faz mais de seis meses que se fala das dificuldades da montadora."
Em maio, a GM vendeu 47.884 veículos, um acréscimo de 1,65% ante o mesmo mês de 2008, conforme a Abrac.


Com PAULO DE ARAUJO e VERENA FORNETTI, colaboração para a Folha


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