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Concordata não se estende à GM do Brasil
DE NOVA YORK
O presidente da General
Motors, Fritz Henderson,
afirmou ontem que o pedido de concordata e a reestruturação da companhia
valem apenas para o mercado norte-americano,
conforme a documentação e planos entregues à
corte de Nova York.
Ele disse ainda que a
empresa continuará operando em "bases globais",
mas também terá "automóveis específicos" para
cada mercado, como as picapes mais pesadas nos
Estados Unidos. Henderson afirmou que os países
emergentes, onde a demanda tem crescido acima
da média mundial, continuam sendo um "importante foco" da GM.
Ele não citou especificamente o que pode acontecer no Brasil, mas, em relação à China, disse que o
mercado no país "é parte
importante da nova GM".
No plano de reestruturação, marcas rentáveis ao
redor do mundo deverão
ficar sob o guarda-chuva
da nova GM.
Ontem, o ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Miguel Jorge, disse que foi
procurado há dois meses
pela GM do Brasil e informado de que as consequências da concordata
não se estendem ao país.
"Aqui, a situação é totalmente diferente."
Mas um possível efeito
mercadológico, provocado
por uma desconfiança dos
consumidores em relação
à marca, é esperado.
Na semana passada, o
presidente da Fenabrave
(associação dos concessionários), Sérgio Reze, afirmou que o consumidor
pode ser induzido a uma
"atitude irracional em
função das notícias que
vêm de fora", o que pode
ser traduzido em queda
nas vendas.
Mas, por enquanto, porém, os concessionários
dizem não sentir resistência no mercado.
Para o presidente da
Abrac (Associação Brasileira de Concessionárias
Chevrolet), Armando Boscardin, se as vendas da GM
tivessem de ser afetadas
pelas notícias vindas de fora, já teriam sido.
"Faz mais de seis meses
que se fala das dificuldades da montadora."
Em maio, a GM vendeu
47.884 veículos, um acréscimo de 1,65% ante o mesmo mês de 2008, conforme a Abrac.
Com PAULO DE ARAUJO e VERENA
FORNETTI, colaboração para a Folha
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