São Paulo, terça-feira, 02 de julho de 2002

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Meta da inflação será batida, prevê mercado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O mercado não acredita que o governo vá cumprir a meta de inflação fixada para este ano. Segundo levantamento feito semanalmente pelo Banco Central entre bancos e empresas de consultoria, a expectativa é que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) suba 5,53% neste ano.
A meta do governo para este ano é uma inflação de 3,5%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Há um mês, a mesma pesquisa do BC apontava para uma alta de 5,46% para o IPCA -índice que serve de referência para as metas.
Desde então, a disparada do dólar tem feito com que as projeções para a inflação sejam revistas para cima. O receio é que as empresas repassem a seus preços o aumento de custos causado pela alta nos preços, em reais, de matérias-primas importadas.
A estimativa do mercado está próxima da projeção do BC, que espera inflação de 5,5% para este ano -em cima do limite máximo da meta do governo.
A pesquisa feita pelo BC divulgada ontem foi feita na última sexta-feira, um dia depois de o governo anunciar a mudança da meta de inflação do ano que vem de 3,25% para 4%. Por isso, os números ainda não refletem com muita precisão o efeito que essa alteração poderá ter, na visão dos bancos, sobre a tendência das taxas de juros.
O levantamento mostra que o mercado espera a redução gradual dos juros básicos da economia (hoje em 18,5% ao ano) até 17% ao ano no final de dezembro.
Muitos analistas entenderam que, com uma meta de inflação maior, o BC terá mais espaço para reduzir os juros. Além de modificar a meta, o governo aumentou em 0,5 ponto percentual (de 2 para 2,5) a margem de tolerância.
Segundo a mesma pesquisa, o mercado espera que o dólar recue dos níveis atuais e chegue a R$ 2,55 até o final do ano.



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