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Custo do investimento no Brasil é um dos mais caros do mundo
A decisão de baixar a TJLP de
8,15% para 7,5% na quinta-feira
passada certamente contribuirá para baixar o custo do investimento no Brasil, mas ainda
não é suficiente. O custo para se
investir no país ainda é um dos
mais caros do mundo.
Apesar de o preço das máquinas e equipamentos das instalações e das construções ter
crescido a taxas declinantes no
Brasil nos últimos anos, a inflação sobre os bens de consumo
das família e do governo tem sido mais branda.
Dessa forma, em um contexto de elevadas taxas de juros, o
empresário não se sente estimulado a investir em bens de
capital, que são ativos de baixa
liquidez e com preços que crescem mais do que os outros
bens.
A análise consta de estudo
realizado pelo Iedi, pelos economistas Júlio Sérgio Gomes
de Almeida, ex-diretor da entidade, e Mauro Thury, da Universidade de Manaus. Trata-se
do último trabalho realizado
por Almeida para o Iedi antes
de ocupar a secretaria de Política Econômica do Ministério da
Fazenda.
O estudo aponta também que
a evolução do preço relativo do
investimento fixo no Brasil se
mostra desfavorável no plano
internacional. Em uma série de
países emergentes, ou mesmo
avançados, os preços do investimento têm registrado queda
ao longo do tempo, ou mesmo
um aumento mais suave, o que
viabiliza novos empreendimentos ou a ampliação daqueles já em operação. Entre os
países com preços mais baixos,
o trabalho do Iedi cita como
exemplo China, Tailândia, Coréia do Sul, Índia e Estados
Unidos.
O trabalho diz que a redução
do preço do investimento no
Brasil deveria não apenas ser
objeto de debate em ano de
eleições presidenciais como
um objetivo a ser perseguido
pelas autoridades econômicas.
Para este fim, o estudo sugere, além da continuidade na
queda dos juros, a modernização do setor de bens de capital,
o fomento de inovações na
construção civil para baixar o
custo fixo das instalações e a
continuidade da redução tributária sobre máquinas e equipamentos.
O custo para se investir no
Brasil explica, em grande parte,
o fato de a taxa de investimento
ter se mantido praticamente
estável nos últimos anos. Enquanto em 2005 o PIB cresceu
2,3%, a taxa de investimento
cresceu ligeiramente: de apenas 19,6% em 2004, para 19,9%
no ano passado.
MALHAÇÃO
O empresário Augusto Anzelotti, que comanda a Life Fitness no Brasil, não tem do que se queixar sobre o câmbio.
Com o dólar baixo, os negócios da empresa devem crescer
70% este ano, segundo previsões de Anzelotti, contra uma
alta já satisfatória de 47% do ano passado. "Considerando
que o país cresceu 2,3%, foi um bom resultado", diz. Para o
futuro, a tendência, segundo o empresário, são os equipamentos cardiovasculares e, principalmente, as esteiras com
TV de cristal líquido no painel. "Estamos tentando trazer o
entretenimento para o fitness", diz Anzelotti, que afirma
ainda ver o Brasil "engatinhar" no setor. "Estamos no início
do princípio do começo e temos espaço para crescer", diz.
CONCENTRAÇÃO
A região Sudeste concentra 80% das empresas de base tecnológica instaladas no
Brasil e a idade média dos
parques científicos tecnológicos brasileiros é semelhante a dos americanos
-cerca de 15 anos. Esses dados constam de estudo sobre
os parques científicos e tecnológicos brasileiros a ser
divulgado na próxima quinta, durante evento do Movimento Brasil Competitivo,
em Brasília. Foram analisados cinco pólos de desenvolvimento: Campinas, Rio, Belo Horizonte, Fortaleza e
Porto Alegre.
NOVO CICLO
Os rendimentos reais médios dos trabalhadores brasileiros no acumulado do
ano subiram 5,8%, como
mostrou o Relatório de Inflação divulgado pelo Banco
Central. Se persistir a evolução, como é esperado, os trabalhadores brasileiros terão três anos de aumentos reais
consecutivos, fato que não
ocorria desde 1997, quando
terminou o ciclo de cinco
anos de aumento de renda.
INCENTIVO
O Banco do Brasil reduziu
os juros do Proger Exportação, destinada à promoção e
financiamento de exportações futuras para micro e pequenas empresas. As novas
taxas variam de 5,33% a
5,90% ao ano, mais a TJLP, e
o limite para financiamento
é de até R$ 250 mil. O Proger
Exportação pode ser utilizado para o pagamento de despesas com pacotes de viagem para participação em
feiras e eventos comerciais.
RECORDE
A quantidade de ofertas
públicas registradas neste
ano na área de auto-regulação da Anbid bateu recorde.
Foram 44 ofertas registradas até o final de junho deste
ano, contra 32 registradas
no mesmo período de 2005.
Deste total registrado até o
final junho, 54,1% foram referentes a ofertas de ações.
No mesmo período do ano
passado, esse percentual foi
de 17,55%. Até o momento
foram registradas 23 operações de ações em 2006, somando R$ 12,2 bilhões contra R$ 4,7 bilhões em 2005.
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