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MEIO A MEIO
Acordo foi assinado entre os acionistas; Brahma vale R$ 7 bilhões, e Antarctica, R$ 500 milhões na Bovespa
Controle será compartilhado por dez anos
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
Os controladores da Brahma e da Antarctica assinaram
um acordo de
acionistas que
prevê que nos
próximos dez
anos todas as decisões estratégicas
da nova empresa, a AmBev, terão
de ser aprovadas pelos representantes das duas companhias.
A Brahma terá uma parcela da
nova empresa muito maior do que
a Antarctica, o que levou muitos
analistas a concluir que o comando da AmBev caberia a ela preferencialmente.
Apesar da disparidade de tamanho, entretanto, o espírito dado à
nova sociedade é de um controle
compartilhado, de acordo com
pessoas que participaram do desenho da operação ouvidas pela Folha. Ao menos ao longo da próxima década.
O símbolo máximo desse controle compartilhado estará estampado no modelo do conselho de
administração da AmBev. Marcel
Telles, presidente do conselho da
Brahma, e Victorio de Marchi, diretor-geral da Antarctica, serão
co-presidentes do conselho da
AmBev.
O modelo foi copiado das megafusões que têm ocorrido em outros
países. O principal exemplo é o da
associação entre o Citicorp e o
Travelers Group, ocorrida no ano
passado. John Reed e Sanford
Weill são co-presidentes da empresa que surgiu, o Citigroup.
O valor da Brahma na Bolsa de
Valores é de aproximadamente R$
7 bilhões, enquanto o da Antarctica não passa de R$ 500 milhões. De
certo modo, essa diferença esmagadora estará representada na
composição acionária da Ambev.
Mas não foi só isso que pesou no
desenho da nova empresa, já que a
supremacia da Brahma sobre a
Antarctica no mercado de bebidas
não é tão grande quanto na Bolsa.
A participação da Brahma no capital da AmBev ficará em torno de
70%, enquanto a Antarctica terá
cerca de 30%.
Controle indireto
A princípio, as duas companhias
de bebidas continuam a existir individualmente, agora controladas
pela nova holding.
O que acontece é que, com a criação da AmBev, os acionistas controladores da Brahma e da Antarctica substituíram o controle direto
das respectivas empresas pelo controle indireto.
A Fundação Antonio e Helena
Zerrenner, que controla a Antarctica, integralizou todas as suas
ações -88,09% do capital votante
e 87,91% do capital total- na AmBev. O mesmo fizeram os sócios da
GP Investimentos, que colocaram
55,08% do capital votante e 21,17%
do capital total da Brahma dentro
da AmBev.
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