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COMÉRCIO
Abredi acredita que Cade não deverá aprovar a união das empresas
Supermercados temem alta nos preços das duas marcas
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
Os supermercadistas ficaram
surpresos com a união da Brahma e da Antarctica e, numa avaliação preliminar, acham que o
negócio pode vir a ter consequências ruins para o bolso do
consumidor.
Com a união das duas empresas, que passam a deter quase
80% do mercado brasileiro de
cervejas, dizem eles, vai ficar
mais difícil negociar preços, pois
era exatamente a disputa entre
elas que possibilitava a conquista de descontos.
Nesta temporada de inverno,
quando o consumo de cerveja
cai, os supermercados estavam
conseguindo das cervejarias
descontos de 10% a 30% nos preços. "A diminuição da concorrência pode agora resultar na eliminação desses descontos", diz
Wilson Tanaka, presidente do
Sincovaga, sindicato que reúne
mercearias e pequenos supermercados paulistas.
"Em vez de duas, vamos ter
uma empresa para negociar. É o
que preocupa no momento. Só
que a união das duas também
possibilita ganhos de eficiência e
de produtividade. Vamos ver
qual será a estratégia da nova
empresa daqui para a frente",
diz Omar Assaf, presidente da
Apas (Associação Paulista dos
Supermercados).
"Não posso acreditar que o
Cade vá aprovar esse negócio.
O mercado de cerveja vira monopólio. Vai ser difícil elas arrumarem argumentos para
convencer o governo do contrário", afirma Percival Maricato, diretor da Abredi (Associação de Bares e Restaurantes
Diferenciados).
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