da Reportagem Local

Os diretores da AmBev terão um desafio administrativo enorme pela frente: conciliar os estilos de gestão das duas empresas, marcadamente diferentes.
Desde que a Brahma passou a ser controlada pelos sócios da GP Investimentos, há dez anos, sua administração passou por uma revolução. O melhor retrato desse estilo é dado exatamente pelo executivo que primeiro dirigiu a Brahma depois da troca de mãos, Marcel Telles, que saiu do Banco Garantia para dirigir a Brahma.
Sempre de calça jeans, Telles acabou com certas práticas comuns em grandes empresas brasileiras, eliminando uma série de escalas de gerência e colocando os funcionários de alto escalão para trabalhar em uma mesma sala.
Uma das suas inovações foi decidir que periodicamente todos os funcionários administrativos devem ir aos supermercados, às distribuidoras e a outros lugares onde se vende cerveja para conversar com os consumidores e com os vendedores para descobrir problemas e apresentar sugestões. É considerada criação de Telles a agressiva postura publicitária adotada pela Brahma.
Já a Antarctica tradicionalmente segue um modelo de administração conservador. Controlada pela Fundação Antonio e Helena Zerrenner Instituição Nacional de Beneficência, a empresa iniciou, há cerca de quatro anos, um processo de modernização administrativo, ainda sem resultados expressivos.
Em contrapartida, deverá haver um ganho importante de competitividade com a possibilidade de usar a mesma rede de distribuição (um fator de custos essencial no negócio de bebidas) para um grande número de produtos. (CGF)


Texto Anterior: Supermercados temem alta nos preços das duas marcas
Próximo Texto: Fusões movimentam US$ 1,5 tri
Índice