Dentro de sua política de incentivo da ampliação do uso de ferrovias no país, o BNDES acaba de aprovar um financiamento de R$ 66 milhões para a produção de 400 vagões no país voltados principalmente para o transporte de commodities.
Desde 2004 até agora, o BNDES já financiou a produção de 3.700 vagões, quase a metade do total de 7.500 fabricados no ano passado. Os desembolsos do BNDES já somam R$ 600 milhões nesses últimos três anos para o setor.
O transporte ferroviário deu um salto expressivo nos últimos anos. A produção de vagões é um bom exemplo para mostrar esse crescimento. Em 2002, o Brasil produziu apenas 294; em 2003, o número subiu para 2.000; em 2004, para 4.500; e, em 2005, para 7.500.
De acordo com dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o modal ferroviário já responde por 30% do total transportado no país, quando, até bem pouco tempo, não passava de 20%.
Segundo o presidente do BNDES, Demian Fiocca, esses números mostram que está se desenhando um novo formato na malha logística no Brasil. "Em um país que parecia conformado com a rodovia, o que acontece agora é uma mudança no mix do transporte de carga com o aumento do modal ferroviário", diz.
Para aumentar a construção de vagões, o BNDES criou uma operação que permite a contratação de financiamento maior do que normalmente seria apresentado. Trata-se de uma operação amarrada na qual o banco tem a garantia de que haverá demanda para os vagões por pelo menos dez anos.
O financiamento do banco para a construção dos 400 vagões foi adquirido pela MRC, uma sociedade de propósito específico controlada pela Mitsui. Serão contratadas para a fabricação dos vagões a Randon e a Amsted-Maxion. A empresa de transportes logísticos ALL, que recentemente comprou a Brasil Ferrovias, comprometeu-se a alugar os vagões para usá-las nas suas ferrovias pelo prazo mínimo de dez anos.
E, para completar, o BNDES também recebeu a garantia da Bunge de que usará o vagão para o transporte de seus produtos por pelo menos dez anos. "A operação tem todas as garantias possíveis", diz Fiocca.

BRASIL NA PAUTA
Guido Mantega, Luis Fernando Furlan e Henrique Meirelles são alguns dos palestrantes do CEO Fórum 2006, da Amcham (Câmara Americana de Comércio) e da Council of the Americas. O evento, que acontece nesta sexta, em SP, será dividido em dois painéis: sobre novas tecnologias e sobre o mercado mundial. Participam ainda Roberto Setubal (Itaú), Ray Young (GM), Alexandre Silva (GE), Odilon Antonio Marcuzzo (Finep) e Maurilio Biagi Filho (Maubis).

CASA NOVA
O executivo Eduardo Bartolomeu acaba de assumir a presidência da Petroflex, cujo capital é controlado pela Suzano, Braskem, Unipar e fundos de pensão. Bartolomeu era diretor de logística da Vale do Rio Doce.

EM ALTA
O nível de emprego da construção pesada registrou alta de 2,79% entre maio e junho, com 941 admissões. Segundo o Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada), nos últimos 12 meses houve alta de 11,41%, com 3.550 novos postos. Em junho, o setor registrou 34.659 empregos.

DOSE DUPLA
A Abdib recebe hoje Silas Rondeau (Minas e Energia) para discutir a situação atual do setor energético brasileiro, o Plano Decenal de expansão de 2006 a 2015 e as novas rodadas de concessão de usinas e licenciamento ambiental. Em seguida, José Sarney debaterá o cenário político brasileiro.

LISTA SUJA
A atualização do cadastro de empregadores com nomes de infratores flagrados explorando trabalhadores na condição análoga à de escravos está disponível a partir de hoje na página do Ministério do Trabalho e Emprego para consulta. O cadastro inclui 26 novos empregadores e exclui 12. No total, são 178 infratores, entre pessoas físicas e jurídicas, sendo que 30 estão provisoriamente suprimidos em razão de decisão judicial.

DAS ARÁBIAS
"Franquias no Golfo Arábico" é o tema do seminário que a Apex realiza em São Paulo, na próxima terça, voltado para a indústria da moda, de cosméticos e de jóias.

SATISFAÇÃO
Os Rolling Stones têm todos os motivos para cantar o hit "Satisfaction", apesar de a letra dizer que não é possível se satisfazer. Segundo documentos divulgados na Holanda, a banda pagou apenas 1,6% em impostos sobre mais de US$ 450 milhões ganhos em royalties em 20 anos. De acordo com o "Independent", o mérito é do contador que administra a fortuna dos músicos desde 1972.

EDIÇÃO LIMITADA
Para comemorar seu centenário, a marca norte-americana de calçados esportivos New Balance reeditou um modelo de tênis lançado há 25 anos, o primeiro a custar mais de US$ 100 na década de 80. Os primeiros pares da reedição foram distribuídos aos funcionários da empresa de diversos países. Para o Brasil vieram apenas 15 unidades. A produção, que será limitada em 40 mil pares, chegará ao país em outubro. Mil deles serão vendidos por cerca de R$ 1.000 pela rede Track & Field, que fez parceria com a New Balance para comercializar o produto com exclusividade. Para Manuel Garcia, presidente da marca no Brasil, "a empresa deve manter as características pelos próximos cem anos".

DISPUTA IBÉRICA
Henrique Granadeiro, presidente da Portugal Telecom, chega ao Brasil, na próxima terça, como membro da missão econômica que acompanha o primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, em visita oficial ao país. Granadeiro deve reunir-se com a direção da Vivo, que apresentará a estratégia de uso de rede de telefonia celular baseada na tecnologia GSM, em paralelo à rede CDMA existente. A PT detém 50% do controle acionário da Vivo; os outros 50% pertencem à Telefónica, da Espanha. O presidente da espanhola, Cesar Alierta, declarou que tem intenções de comprar a parte da PT na Vivo e assumir o controle acionário da empresa. Granadeiro já afirmou que não vende sua parte na Vivo e que também tem interesse em adquirir os 50% da Telefónica.


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