São Paulo, domingo, 02 de agosto de 2009

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Nome da estatal pode ser decidido em concurso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo Lula pode fazer um tipo de concurso para escolher o nome da futura estatal que irá gerir a riqueza do pré-sal. A ideia é do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), que propõe abrir a possibilidade de as sugestões serem feitas por meio da internet.
Chamada provisoriamente de NEP (Nova Empresa de Petróleo) nas discussões técnicas, a futura estatal ainda não tem nome definitivo. A proposta de Lobão visa popularizar a discussão sobre o pré-sal, envolvendo mais a sociedade no debate do novo modelo -que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional.
Além disso, serviria ao propósito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de usar o tema como bandeira da campanha presidencial do ano que vem, quando espera eleger a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como a sua sucessora.
A estatal, que terá controle total da União e será sua representante nos comitês operacionais dos campos do pré-sal, não é só chamada de NEP dentro da comissão interministerial que estuda o novo marco regulatório do setor.
Os integrantes da comissão também deram dois outros apelidos à empresa durante as reuniões que se arrastam desde meados do ano passado: Loboil e Petorosquim.
O primeiro é fruto da junção dos nomes do ministro Lobão, um dos principais defensores da criação da estatal, e da companhia petrolífera norueguesa Statoil -a "Petrobras" do país europeu.
O segundo surgiu a partir da fusão dos nomes da outra empresa norueguesa, a Petoro, modelo para a nova estatal brasileira, e de Maurício Tomalsquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Tomalsquim também participa da comissão que estuda o novo modelo.
A criação da estatal será proposta por meio de projeto de lei. Ela não será uma operadora, função que caberá à Petrobras, e terá um quadro de funcionários enxuto e com profissionais do setor.

Blindagem
Segundo um ministro, a empresa terá de ser formada por profissionais de elevada capacidade técnica, recrutados no mercado e com conhecimentos de engenharia financeira do setor de petróleo.
Afinal, a futura estatal será a responsável pela gestão do custo de exploração do pré-sal. Função vital nos planos do governo Lula, já que, quanto maior o custo de produção, menor a rentabilidade para a União dos campos a serem explorados no pré-sal.
A proposta é blindar a empresa de indicações políticas, evitando críticas da oposição de que ela poderia virar um cabide de empregos para os partidos da base aliada.
(VALDO CRUZ)


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