|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ações serão lançadas após aprovação de modelo
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras prevê realizar
sua operação de capitalização
menos de um mês depois da
aprovação do novo marco regulatório no Congresso. A operação -uma emissão de ações novas- será realizada para permitir à empresa pagar à União
pelas reservas que lhe serão entregues no pré-sal e, ao mesmo
tempo, levantar dinheiro para
fazer investimentos.
O governo enviou ao Congresso projeto para ceder "onerosamente" à empresa até 5 bilhões de barris em reservas de
petróleo no pré-sal.
A Petrobras vai emitir ações
para que a parte que a União
comprará dessas ações corresponda ao valor que a Petrobras
precisa lhe pagar pelas reservas
que recebeu. Ou seja, as reservas novas devem custar à Petrobras o equivalente a 32,2%
do bolo de ações emitidas, que é
exatamente a participação da
União no capital na empresa.
Como consequência, também serão emitidas ações em
volume proporcional aos minoritários, que têm os outros
67,8%. O dinheiro obtido com a
venda dessa fatia irá para o caixa da Petrobras para investimentos. "A operação vai aumentar a capacidade de obter
empréstimos da Petrobras",
disse o diretor financeiro da
empresa, Almir Barbassa.
O preço pago dependerá do
número de barris a serem cedidos e da cotação do barril. "Ainda não é possível saber de
quanto será essa oferta. Qualquer valor divulgado é infundado", disse o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli. Ele
divulgou, porém, valores adotados em transações com reservas pelo mundo neste ano, entre US$ 0,77 e US$ 8,18 o barril.
Hipoteticamente, tomando
uma média desses valores, de
US$ 5, se a Petrobras comprar
os 5 bilhões de barris, a operação chegaria a US$ 78 bilhões
-ou R$ 155 bilhões. Uma empresa estrangeira será contratada imediatamente para fazer
as avaliações. O governo também fará avaliação e, com a
ANP, chegará a um acordo.
Barbassa disse que o volume
de investimentos no pré-sal até
2013 pode ser aumentado em
US$ 10 bilhões com a inclusão,
em seu portfólio, das reservas
que a União lhe cederá. Questionado sobre as desvantagens
de ser obrigado, pela nova lei, a
operar em áreas que podem
não ser interessantes no pré-sal, Gabrielli ponderou: "Evidentemente, há áreas menos
atraentes. Mas ser operador
único tem o lado positivo, que
nos dá uma vantagem incomparável. Ganharemos escala no
pré-sal, reduzindo custos".
A Petrobras reforçou que não
incidirão participações especiais sobre as reservas cedidas à
Petrobras pela União. "Se a participação especial fosse mantida, tirariam 40% do lucro com a
venda dos barris."
Gabrielli minimizou a queda
das ações anteontem, como
reação do mercado ao novo
modelo. "Toda vez que uma
empresa anuncia capitalização,
o preço das ações caem."
Texto Anterior: Capitalização da Petrobras é contestada Próximo Texto: Modelo limita produção, dizem estrangeiros Índice
|