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Modelo limita produção, dizem estrangeiros
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Consultorias e bancos
internacionais das áreas
de energia e petróleo consideraram o modelo para a
exploração do pré-sal "claramente estatizante".
Há ainda a percepção de
que ele retardará o início
da produção e comprometerá os volumes de extração. Com isso, opinam, o
Brasil perderá investimentos em um bom momento, em que há dezenas
de empresas privadas interessadas em pagar caro
para entrar no negócio.
Para Christopher Garman, diretor para a América Latina da consultoria
Eurasia Group, o novo
modelo "atrela e casa o desenvolvimento do pré-sal
à capacidade operacional
da Petrobras".
"A Petrobras já tem um
plano ambicioso de investimentos com o que já explora. O risco é o país não
aproveitar o bom momento que vive hoje, quando
há grandes empresas [de
petróleo] querendo entrar", diz Garman.
Já a empresa de análise
de risco Standard & Poor's
avalia que o Brasil poderá
encontrar restrições, do
ponto de vista do financiamento da Petrobras, que
acabarão obrigando a uma
mudança mais à frente no
próprio modelo.
"O Brasil pretende ter
mais controle sobre grandes descobertas, mas desafios técnicos e financeiros poderão forçar uma
participação de diversas
empresas estrangeiras do
setor de petróleo", avalia a
S&P, dos EUA.
Para o analista Frank
McGann, do Bank of America, a tendência de longo
prazo para os resultados
da Petrobras é bastante
animadora. "O acesso da
Petrobras a fontes de recursos e a forte perspectiva de lucros no médio e
longo prazos devem levar
a resultados acima da média do mercado nos próximos 12 meses", diz.
Para explorar o pré-sal,
a Petrobras pretende se
capitalizar em até R$ 100
bilhões. Isso também aumentará a parcela da
União no capital total da
empresa, hoje de 32% (fato que não lhe proporciona a maior parte dos lucros). O governo tem a
maioria do capital com direito a voto na companhia.
Garman destacou como
ponto positivo o fato de
que a Petrobras não acabará envolvida diretamente
em programas sociais financiados com o dinheiro
do pré-sal. "É um caso diferente da [venezuelana]
PDVSA", diz.
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