|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Projetos de reajuste a servidores preveem gastos de R$ 1,8 bi
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No último dia previsto na
LDO (Lei de Diretrizes orçamentárias) para apresentar
projetos sobre reajustes salariais e criação de cargos, o governo e o Judiciário enviaram
ao Congresso 14 textos que tratam do assunto e que, juntos,
representarão gastos anuais de
cerca de R$ 1,8 bilhão e podem
criar mais de 23 mil postos.
Dois dos projetos enviados
reajustam o salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal
Federal) e do procurador-geral
da República em 14,09% a partir de fevereiro de 2010, elevando os vencimentos dos atuais
R$ 24,5 mil para R$ 27,9 mil.
Pela proposta, os subsídios dos
ministros sofreriam reajustes
escalonados em setembro e novembro deste ano, até chegaram ao valor máximo em fevereiro do ano que vem.
Os aumentos não estão previstos no Orçamento de 2010
-que autoriza a criação de 77,8
mil cargos e o preenchimento
de 56,9 mil vagas e funções comissionadas. Os textos enviados também não constam com
as previsões de gastos, mas cálculos feitos pela assessoria de
assuntos orçamentários da Câmara mostram que a aprovação
deles poderia resultar em um
impacto de cerca de R$ 516 milhões ao ano, já com todo o efeito cascata que eles provocariam no Judiciário.
Há acordo entre os líderes
partidários para votar as duas
propostas hoje. Assim, outros
textos que também tratam do
reajuste dos ministros e do procurador, mas em índices menores (R$ 24,5 mil para R$ 25,7
mil), ficariam prejudicados.
Os dois projetos de reajustes
foram enviados anteontem às
pressas junto com outros 12
que tratam do mesmo assunto,
pois, segundo a lei orçamentária, só haverá recursos para os
que estiverem tramitando no
Congresso até 31 de agosto.
Há no Congresso, no entanto, outros projetos apresentados anteriormente, como o de
reajuste e mudança no plano de
carreiras da Câmara. De acordo
com a assessoria de orçamento
da Casa, a previsão total de gastos com projetos do tema é de
mais de R$ 2 bilhões.
São textos como o que cria
400 cargos nas agências reguladoras, 100 cargos para o Ministério de Relações Exteriores e o
que cria mais de 21 mil cargos
para a Marinha.
A maioria dos projetos já está
prevista no projeto de lei orçamentária. Isso não significa,
porém, que eles serão obrigatoriamente votados neste ano. O
orçamento também pode receber mudanças para adequações
de gastos não previstos.
O deputado Arnaldo Madeira
(PSDB-SP) criticou a atitude do
governo. "Está claro que o governo está em um projeto de
criar o capitalismo de Estado."
O Planalto diz que todos os cargos e funções são necessários.
Texto Anterior: Governo erra sobre dado de programa Próximo Texto: Com cenário externo ruim, Bovespa tem baixa de 1,2% Índice
|