São Paulo, quarta-feira, 02 de setembro de 2009

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Com cenário externo ruim, Bovespa tem baixa de 1,2%

Ação da Petrobras avança 0,7%; dólar supera R$ 1,90

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Poucos vezes na história recente o mercado financeiro ficou tão pouco interessado em uma reunião do Copom, que anuncia hoje a nova taxa básica de juros. As atenções ficaram mais voltadas ao cenário internacional ruim do que às expectativas em relação ao rumo dos juros brasileiros. A Bovespa recuou 1,19%. O dólar subiu 0,79%, para R$ 1,905, seu mais alto valor em 40 dias.
Nem mesmo a apresentação de bons dados econômicos nos EUA conseguiu evitar a queda das Bolsas. Analistas têm comentado que o sentimento de que os mercados subiram exageradamente nos últimos meses tem se fortalecido. Dessa forma, a divulgação de números favoráveis da economia não tem sustentado os mercados.
O índice Dow Jones, formado por 30 das mais importantes ações de companhias dos Estados Unidos, recuou 1,96% ontem. A Nasdaq, referência no setor de alta tecnologia, perdeu 2%. A Bolsa de Londres fechou com perdas de 1,82%.
As commodities metálicas e o petróleo não escaparam do mau humor e terminaram o dia com nova depreciação. Esse movimento é especialmente prejudicial à Bolsa de Valores brasileira, pois cerca de 40% dos papéis de maior peso do mercado local são de empresas dependentes dos preços das commodities.
Ao menos a Petrobras conseguiu ter um desempenho melhor que o registrado na segunda-feira, quando foram anunciadas pelo governo as regras do pré-sal. No pregão de ontem, as ações preferenciais da Petrobras -as mais negociadas no dia-, subiram 0,70%. As ações ordinárias caíram 0,53%.
O barril de petróleo teve recuo de 2,73% em Nova York, negociado a US$ 68,05.
Um importante dado que, esperava-se, poderia ter animado o mercado financeiro foi o de expansão da atividade manufatureira nos EUA em agosto.
Como o cenário internacional não colabora, os investidores estrangeiros acabam por frear suas compras na Bolsa brasileira. Sendo esta categoria a que mais negocia no mercado local, a retração em suas compras de ações acaba por se refletir no resultado fraco da Bolsa.
O índice Ibovespa, o mais relevante do mercado local, registrou ontem sua quarta queda consecutiva. Com isso, desceu aos 55.814 pontos, menor nível desde 18 de agosto. A pontuação é um indicativo dos preços das ações. Quando estas se depreciam, os pontos encolhem.
Dentre as maiores desvalorizações do Ibovespa ontem, apareceram ações do setor imobiliário. O segmento é o destaque de ganhos na Bolsa no ano.
No topo das perdas ficou a ação Cyrela Realt ON, com recuo de 6,71%. Para Rossi Residencial, a baixa ficou em 4,01%. E Gafisa ON perdeu 3,51%.
Hoje o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) anuncia como fica a taxa Selic -referência para os juros praticados no mercado. A expectativa dos investidores é a de que a taxa seja mantida em 8,75%.
"O Copom deve confirmar a aposta majoritária do mercado. Além da clara sinalização contida na ata de sua última reunião, apontando para o encerramento do ciclo de flexibilização monetária, não houve nenhuma mudança relevante nas condições econômicas", afirma Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.


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