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Com cenário externo ruim, Bovespa tem baixa de 1,2%
Ação da Petrobras avança 0,7%; dólar supera R$ 1,90
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Poucos vezes na história recente o mercado financeiro ficou tão pouco interessado em
uma reunião do Copom, que
anuncia hoje a nova taxa básica
de juros. As atenções ficaram
mais voltadas ao cenário internacional ruim do que às expectativas em relação ao rumo dos
juros brasileiros. A Bovespa recuou 1,19%. O dólar subiu
0,79%, para R$ 1,905, seu mais
alto valor em 40 dias.
Nem mesmo a apresentação
de bons dados econômicos nos
EUA conseguiu evitar a queda
das Bolsas. Analistas têm comentado que o sentimento de
que os mercados subiram exageradamente nos últimos meses tem se fortalecido. Dessa
forma, a divulgação de números favoráveis da economia não
tem sustentado os mercados.
O índice Dow Jones, formado por 30 das mais importantes
ações de companhias dos Estados Unidos, recuou 1,96% ontem. A Nasdaq, referência no
setor de alta tecnologia, perdeu
2%. A Bolsa de Londres fechou
com perdas de 1,82%.
As commodities metálicas e
o petróleo não escaparam do
mau humor e terminaram o dia
com nova depreciação. Esse
movimento é especialmente
prejudicial à Bolsa de Valores
brasileira, pois cerca de 40%
dos papéis de maior peso do
mercado local são de empresas
dependentes dos preços das
commodities.
Ao menos a Petrobras conseguiu ter um desempenho melhor que o registrado na segunda-feira, quando foram anunciadas pelo governo as regras
do pré-sal. No pregão de ontem,
as ações preferenciais da Petrobras -as mais negociadas no
dia-, subiram 0,70%. As ações
ordinárias caíram 0,53%.
O barril de petróleo teve recuo de 2,73% em Nova York,
negociado a US$ 68,05.
Um importante dado que, esperava-se, poderia ter animado
o mercado financeiro foi o de
expansão da atividade manufatureira nos EUA em agosto.
Como o cenário internacional não colabora, os investidores estrangeiros acabam por
frear suas compras na Bolsa
brasileira. Sendo esta categoria
a que mais negocia no mercado
local, a retração em suas compras de ações acaba por se refletir no resultado fraco da Bolsa.
O índice Ibovespa, o mais relevante do mercado local, registrou ontem sua quarta queda
consecutiva. Com isso, desceu
aos 55.814 pontos, menor nível
desde 18 de agosto. A pontuação é um indicativo dos preços
das ações. Quando estas se depreciam, os pontos encolhem.
Dentre as maiores desvalorizações do Ibovespa ontem, apareceram ações do setor imobiliário. O segmento é o destaque
de ganhos na Bolsa no ano.
No topo das perdas ficou a
ação Cyrela Realt ON, com recuo de 6,71%. Para Rossi Residencial, a baixa ficou em 4,01%.
E Gafisa ON perdeu 3,51%.
Hoje o Copom (Comitê de
Política Monetária do BC)
anuncia como fica a taxa Selic
-referência para os juros praticados no mercado. A expectativa dos investidores é a de que a
taxa seja mantida em 8,75%.
"O Copom deve confirmar a
aposta majoritária do mercado.
Além da clara sinalização contida na ata de sua última reunião, apontando para o encerramento do ciclo de flexibilização monetária, não houve nenhuma mudança relevante nas
condições econômicas", afirma
Elson Teles, economista-chefe
da corretora Concórdia.
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