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PR e SC discutem criar
"zona livre"; RS reage
DA AGÊNCIA FOLHA
A discussão em torno da possível criação de uma zona livre da
plantação de grãos transgênicos
nos Estados do Paraná e de Santa
Catarina causou reação do governo do Rio Grande do Sul.
Enquanto paranaenses e catarinenses analisam supostas vantagens econômicas com a produção
de alimentos sem modificação genética, gaúchos apostam que os
produtores irão rejeitar determinações contrárias à liberação do
cultivo de sementes transgênicas.
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), disse que
sua rejeição à soja transgênica
tem motivação econômica. O
grão natural, segundo ele, tem
uma aceitação universal e é uma
das exigências para a abertura do
mercado paranaense para a China, que acena com um acordo de
importação do produto para os
próximos dez anos.
Requião vem afirmando, desde
a semana passada, quando o governo federal liberou o plantio de
sementes transgênicas, que vai
proibir a exportação do grão modificado pelo porto de Paranaguá.
A Assembléia Legislativa do Estado discute lei específica que regule o plantio, a comercialização e
a exportação de produtos transgênicos, como já existe em Santa
Catarina.
Apesar de não querer polemizar
com o governo gaúcho, o secretário da Agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, afirmou que
ter o Estado livre de produção de
transgênicos pode ser economicamente interessante.
"O alimento livre da transgenia
tende a ganhar força no mercado
como uma opção para o consumidor, que vai pagar por isso. Se
vai ser mais caro ou não, ainda é
cedo para afirmar. Reconheço
que podemos ter um ganho encampando uma frente pela não-plantação de transgênicos, mas
ainda é preciso fazer um debate
profundo sobre produtividade",
declarou o secretário.
Pelo menos por enquanto, o governo catarinense não vai liberar
a plantação de sementes geneticamente modificadas. "A recomendação que tenho do Ministério
Público do Estado é para respeitarmos a lei estadual que proíbe a
plantação de grãos transgênicos e
assim será feito", disse Sopelsa.
O secretário da Agricultura do
Rio Grande do Sul, Odacir Klein,
disse duvidar que produtores catarinenses e paranaenses sigam a
determinação dos governos caso
eles queiram criar uma área livre
de transgênicos.
"Os produtores são a favor dos
transgênicos", afirmou, salientando que, por isso, não teme o
isolamento gaúcho na questão.
Caso haja a criação de uma zona
livre, o Rio Grande do Sul poderia
perder alguns mercados que querem produtos não-transgênicos,
como países europeus -tradicionais importadores da produção
gaúcha.
"Como eles vão comprovar se o
produto é ou não transgênico?
Como será a fiscalização?", questiona Klein. O governador Germano Rigotto (PMDB), que está
em viagem pela Europa, é um dos
principais defensores dos transgênicos.
(MARI TORTATO, LÉO GERCHMANN E JAIRO MARQUES)
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