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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Mangabeira provoca polêmica no Iedi
Em um encontro fechado
com empresários pesos pesados, ontem, em São Paulo, o filósofo Roberto Mangabeira
Unger, ministro sem pasta do
governo Lula, voltou a exercitar sua capacidade de provocar
polêmica ao afirmar que não
era importante para o país ter
grandes conglomerados nacionais. Para completar, disse que,
por ele, não faria nenhuma política industrial.
As declarações de Mangabeira, feitas durante almoço organizado pelo Iedi, deixaram os
empresários um tanto quanto
perplexos e motivaram discussões acaloradas. Os empresários não esconderam suas discordâncias com as teses defendidas por Mangabeira. O encontro se estendeu das 12h às
15h.
Na platéia, estavam nomes
como Josué Gomes da Silva
(presidente da Coteminas e do
Iedi e filho do vice-presidente
José Alencar), José Roberto
Ermírio de Moraes (Votorantim), Benjamin Steinbruch
(CSN), Roberto Vidigal (Confab), Miguel Etchenique (Brastemp), Paulo Francini (Fiesp),
Eugênio Staub (Gradiente), Lírio Parisotto (Videolar), Ivoncy
Ioschpe (Iochpe), Walter Fontana (Sadia) e Amarílio Macedo
(grupo J. Macedo), entre outros.
Mangabeira foi acompanhado do economista Marcio
Pochmann, presidente do Ipea.
Ele defendeu basicamente a
tese de que o mais importante
para o Brasil, hoje, é incentivar
o empreendedorismo da classe
média. Mangabeira afirmou
que existe no país uma classe
empreendedora que não possui
condições de executar suas
idéias e é essa parcela da sociedade que pretende apoiar.
O filósofo disse que seu plano
compreende ações importantes na área de educação, mudanças na cobrança de impostos sobre a folha de pagamentos das empresas, a ocupação
responsável da Amazônia e
programas para a Defesa.
O que mais assustou os empresários foram as declarações
de Mangabeira contrárias à formulação de uma política industrial. A defesa da política sempre foi uma das principais bandeiras do Iedi e está sendo costurada no governo pelo ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) e por Luciano Coutinho, presidente do BNDES. O
governo pretende anunciar
ainda neste ano a nova política
industrial.
Os empresários tentaram
convencer Mangabeira da necessidade de uma política industrial para o país e da importância das grandes empresas, mas a impressão foi de que o esforço foi em vão.
Sobre o fato de a sua pasta, a
Secretaria de Longo Prazo, ter
sido criada pelo governo e extinta pelo Senado na semana
passada, Mangabeira não manifestou nenhuma preocupação. Disse que o presidente Lula irá recriá-la em breve.
Execução é maior preocupação de empresa, diz estudo
Tirar do papel e transformar em realidade os planos
de negócios é a principal
preocupação das empresas
de todo o mundo, segundo
pesquisa realizada pela consultoria norte-americana
Palladium.
Dirigida por David Norton
e Robert Kaplan, da Harvard
Business School -conhecidos por terem criado o "balanced scorecard"-, a consultoria ouviu um universo
de 339 empresas, dentro e
fora dos EUA.
Cerca de 61% apontam a
execução da estratégia como
principal desafio corporativo. Em segundo lugar vem a
melhoria de serviços aos
clientes (37%), e, em terceiro, a busca pela liderança
(29%). A pesquisa captou
respostas múltiplas e as
companhias podiam apontar mais de uma variável.
Do total de empresas consultadas, 35% são sediadas
nos EUA e 65% têm outras
nacionalidades. Cerca de
49% delas têm até US$ 100
milhões de faturamento ao
ano.
OFERTA
A quantidade de ofertas
públicas registradas na área
de auto-regulação da Anbid
(de bancos de investimento)
bateu o recorde do período.
Foram 118 ofertas até setembro, contra 77 no mesmo período de 2006 -alta
de 53,25%. O montante obtido nas ofertas públicas também subiu. Em setembro de
2006, o volume registrado
era de R$ 72,9 bilhões. No
mesmo período de 2007, registraram-se R$ 95,6 bilhões. O número de ofertas
de ações cresceu de 29 ofertas, até setembro de 2006,
para 56, no mesmo período
de 2007. Houve também aumento de 70% nos registros
de notas promissórias. Em
setembro, foram registradas
dez notas, contra 17 em
2007. Há perspectiva de
crescimento no número de
registros de ofertas públicas
segundo a associação.
PICADEIRO
O espumante Prosecco
Brut Salton será a bebida
oficial do Cirque du Soleil na
temporada no Brasil, até junho de 2008. A expectativa é
que sejam consumidas 17
mil garrafas.
VELOCIDADE
Luciano Burti, piloto de Stock Car e comentarista de
corridas de Fórmula 1, passa a fazer palestras sobre o tema a grupos empresariais. A idéia, segundo ele, é falar de histórias que surgiram em boxes de grandes equipes de F-1, como Jaguar e Ferrari. "Os exemplos do esporte coincidem muito com a realidade da empresa", afirma Burti.
Ele fala também do grave acidente que sofreu em setembro de 2001, no GP da Bélgica em Spa-Francorchamps,
que se relaciona com "superar desafios".
SOJA
A Nestlé ampliará, neste
mês, a sua linha de soja
Sollys. As novidades são os
"cookies" em dois sabores
(mel com cereais e chocolate
com cereais) e a barra de cereal sabor mel. A linha Sollys
foi lançada no segundo semestre deste ano. A Nestlé
investiu R$ 50 milhões para
entrar no mercado de produtos à base de soja e as vendas estão 50% acima das expectativas da empresa.
COMPETITIVIDADE
Será realizada amanhã e
na quinta, em Brasília, a
quinta edição da Oficina de
Educação Corporativa, promovida pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior. Coordenado por Ana Rosa Bonilauri, presidente da Abec
(Associação Brasileira de
Educação Corporativa), o
evento terá como tema central a competitividade empresarial.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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