São Paulo, terça-feira, 02 de outubro de 2007

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Mangabeira provoca polêmica no Iedi

Em um encontro fechado com empresários pesos pesados, ontem, em São Paulo, o filósofo Roberto Mangabeira Unger, ministro sem pasta do governo Lula, voltou a exercitar sua capacidade de provocar polêmica ao afirmar que não era importante para o país ter grandes conglomerados nacionais. Para completar, disse que, por ele, não faria nenhuma política industrial.
As declarações de Mangabeira, feitas durante almoço organizado pelo Iedi, deixaram os empresários um tanto quanto perplexos e motivaram discussões acaloradas. Os empresários não esconderam suas discordâncias com as teses defendidas por Mangabeira. O encontro se estendeu das 12h às 15h.
Na platéia, estavam nomes como Josué Gomes da Silva (presidente da Coteminas e do Iedi e filho do vice-presidente José Alencar), José Roberto Ermírio de Moraes (Votorantim), Benjamin Steinbruch (CSN), Roberto Vidigal (Confab), Miguel Etchenique (Brastemp), Paulo Francini (Fiesp), Eugênio Staub (Gradiente), Lírio Parisotto (Videolar), Ivoncy Ioschpe (Iochpe), Walter Fontana (Sadia) e Amarílio Macedo (grupo J. Macedo), entre outros.
Mangabeira foi acompanhado do economista Marcio Pochmann, presidente do Ipea.
Ele defendeu basicamente a tese de que o mais importante para o Brasil, hoje, é incentivar o empreendedorismo da classe média. Mangabeira afirmou que existe no país uma classe empreendedora que não possui condições de executar suas idéias e é essa parcela da sociedade que pretende apoiar.
O filósofo disse que seu plano compreende ações importantes na área de educação, mudanças na cobrança de impostos sobre a folha de pagamentos das empresas, a ocupação responsável da Amazônia e programas para a Defesa.
O que mais assustou os empresários foram as declarações de Mangabeira contrárias à formulação de uma política industrial. A defesa da política sempre foi uma das principais bandeiras do Iedi e está sendo costurada no governo pelo ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) e por Luciano Coutinho, presidente do BNDES. O governo pretende anunciar ainda neste ano a nova política industrial.
Os empresários tentaram convencer Mangabeira da necessidade de uma política industrial para o país e da importância das grandes empresas, mas a impressão foi de que o esforço foi em vão.
Sobre o fato de a sua pasta, a Secretaria de Longo Prazo, ter sido criada pelo governo e extinta pelo Senado na semana passada, Mangabeira não manifestou nenhuma preocupação. Disse que o presidente Lula irá recriá-la em breve.

Execução é maior preocupação de empresa, diz estudo

Tirar do papel e transformar em realidade os planos de negócios é a principal preocupação das empresas de todo o mundo, segundo pesquisa realizada pela consultoria norte-americana Palladium.
Dirigida por David Norton e Robert Kaplan, da Harvard Business School -conhecidos por terem criado o "balanced scorecard"-, a consultoria ouviu um universo de 339 empresas, dentro e fora dos EUA.
Cerca de 61% apontam a execução da estratégia como principal desafio corporativo. Em segundo lugar vem a melhoria de serviços aos clientes (37%), e, em terceiro, a busca pela liderança (29%). A pesquisa captou respostas múltiplas e as companhias podiam apontar mais de uma variável.
Do total de empresas consultadas, 35% são sediadas nos EUA e 65% têm outras nacionalidades. Cerca de 49% delas têm até US$ 100 milhões de faturamento ao ano.

OFERTA
A quantidade de ofertas públicas registradas na área de auto-regulação da Anbid (de bancos de investimento) bateu o recorde do período. Foram 118 ofertas até setembro, contra 77 no mesmo período de 2006 -alta de 53,25%. O montante obtido nas ofertas públicas também subiu. Em setembro de 2006, o volume registrado era de R$ 72,9 bilhões. No mesmo período de 2007, registraram-se R$ 95,6 bilhões. O número de ofertas de ações cresceu de 29 ofertas, até setembro de 2006, para 56, no mesmo período de 2007. Houve também aumento de 70% nos registros de notas promissórias. Em setembro, foram registradas dez notas, contra 17 em 2007. Há perspectiva de crescimento no número de registros de ofertas públicas segundo a associação.

PICADEIRO
O espumante Prosecco Brut Salton será a bebida oficial do Cirque du Soleil na temporada no Brasil, até junho de 2008. A expectativa é que sejam consumidas 17 mil garrafas.

VELOCIDADE

Luciano Burti, piloto de Stock Car e comentarista de corridas de Fórmula 1, passa a fazer palestras sobre o tema a grupos empresariais. A idéia, segundo ele, é falar de histórias que surgiram em boxes de grandes equipes de F-1, como Jaguar e Ferrari. "Os exemplos do esporte coincidem muito com a realidade da empresa", afirma Burti. Ele fala também do grave acidente que sofreu em setembro de 2001, no GP da Bélgica em Spa-Francorchamps, que se relaciona com "superar desafios".

SOJA
A Nestlé ampliará, neste mês, a sua linha de soja Sollys. As novidades são os "cookies" em dois sabores (mel com cereais e chocolate com cereais) e a barra de cereal sabor mel. A linha Sollys foi lançada no segundo semestre deste ano. A Nestlé investiu R$ 50 milhões para entrar no mercado de produtos à base de soja e as vendas estão 50% acima das expectativas da empresa.

COMPETITIVIDADE
Será realizada amanhã e na quinta, em Brasília, a quinta edição da Oficina de Educação Corporativa, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Coordenado por Ana Rosa Bonilauri, presidente da Abec (Associação Brasileira de Educação Corporativa), o evento terá como tema central a competitividade empresarial.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA


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