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Câmara de SP quer debater trabalho de bolivianos
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A vereadora Soninha (PT),
relatora da CPI que investigou
a exploração de trabalho análogo ao escravo em oficinas de
costura e confecções da capital
paulista que empregavam bolivianos em situação irregular,
deve convocar representantes
da cadeia têxtil e de redes de varejo, fiscais e procuradores do
Trabalho para participar de um
seminário e debater o assunto.
"A idéia é saber o que foi feito
por cada uma das partes envolvidas após as recomendações
do relatório da comissão. O que
avançou nessa questão? É preciso saber os desdobramentos
de tudo que foi discutido na
CPI", diz a vereadora.
No último domingo, a Folha
publicou reportagem em que
mostra que, mesmo após a CPI
da Câmara Municipal, nova
blitz do MPT (Ministério Público do Trabalho) de São Paulo voltou a encontrar bolivianos em condições degradantes de trabalho.
"Há a necessidade de reforçar a fiscalização do trabalho
nesse ramo de negócio. O problema em São Paulo demonstra que a existência de exploração do trabalho degradante não ocorre apenas no meio rural,
devendo ser combatido em todo o território nacional", afirma Cláudio Montesso, presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados
da Justiça do Trabalho).
"A existência de empregados
nessas condições é motivo de
vergonha para o país, especialmente em um momento em
que há sinalizações de crescimento econômico sustentável,
com a ampliação do número de
empregos formais. Ao mesmo
tempo, sinaliza para a baixa
qualidade dos empregos criados por essa expansão econômica", afirma.
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