|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ganhos da Bolsa no ano passam de 40%
Bovespa avança 3,1% e fecha em inéditos 62.340 pontos; Nova York também bate recorde, e dólar recua para R$ 1,81
Previsão de queda de lucro
de grandes bancos menor
que a esperada e discurso
positivo de Greenspan
impulsionam mercados
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São
Paulo mostrou que o recuo do
pregão de sexta não representou uma virada em seu movimento de alta. Em consonância
com o ritmo dos mercados
acionários mundiais ontem, a
Bovespa iniciou o mês acelerada, com expressiva valorização
de 3,10% e novo pico histórico,
de 62.340 pontos.
A alta de ontem levou a Bovespa a passar a acumular ganhos de 40,17% no ano.
Em Wall Street, o dia também foi de recordes: o índice
Dow Jones, o principal da Bolsa
de Nova York, subiu 1,38% e foi
a inéditos 14.087 pontos. A
Nasdaq se valorizou em 1,46%.
Na Europa, os ganhos foram
menos intensos: altas de 0,77%
em Frankfurt e 0,61% em Londres. Entre os latino-americanos, houve apreciação de 1,98%
na Bolsa de Buenos Aires e de
1,85% na do México.
As Bolsas repercutiram ontem positivamente declarações
do ex-presidente do Fed (BC
dos EUA) Alan Greenspan, que
disse ver sinais de que a crise
nos mercados está se acalmando (leia texto ao lado).
Grandes bancos mundiais,
como o Citigroup, o UBS e o
Credit Suisse, divulgaram ontem estimativas de perdas para
seus resultados do terceiro trimestre, decorrentes da crise do
setor de crédito imobiliário
norte-americano, que começou
a afetar os mercados no final de
julho. Mas não estragaram o
bom humor dos investidores,
que esperavam previsões piores (leia à pág. B5).
Ontem, o Merrill Lynch recomendou a seu clientes comprarem ações dos Brics (Brasil,
Rússia, Índia e China). "Acreditamos que o melhor potencial
de alta nos mercados emergentes continua nesses países."
A recente escalada da Bovespa tem tido participação relevante na movimentação feita
pelos estrangeiros. O saldo
mensal das operações desse
segmento, que é a categoria que
mais negocia na Bolsa, estava
positivo em R$ 2,79 bilhões no
dia 26, a melhor cifra em um
mês desde fevereiro de 2005.
O cenário para o mercado
acionário segue positivo, segundo analistas, e terá na próxima reunião do Fed seu próximo ponto nevrálgico.
Nesse momento, diante de
dados que têm mostrado uma
economia americana mais fraca que o esperado, o mercado já
começa a trabalhar com a expectativa de que a taxa básica
dos EUA caia novamente. A recuperação do mercado das perdas desencadeadas pela crise
imobiliária começou a se acelerar após o Fed reduzir os juros
de forma mais forte que as projeções majoritárias, de 5,25%
para 4,75%, no último dia 18. O
Fed se reunirá novamente no
fim deste mês.
"Continuo otimista com a
Bolsa também para 2008. E, se
vier o "grau de investimento", o
cenário se torna ainda mais favorável", diz Álvaro Bandeira,
diretor da corretora Ágora.
O que o investidor deve sempre lembrar é que, mesmo em
momentos favoráveis, a Bolsa
está sujeita a pregões de quedas, como o de sexta passada.
As ações da Vale do Rio Doce,
uma das favoritas dos estrangeiros, voltaram a ter considerável valorização, ajudando a
impulsionar a Bolsa. No pregão
de ontem, a ação PNA da companhia subiu 6,51%, e a ON,
5,89%. Perspectivas de elevação expressiva nos preços de
minério de ferro em 2008 têm
atraído investidores ao papel.
O presidente da Vale do Rio
Doce, Roger Agnelli, afirmou
que a Vale superou ontem a
IBM em valor de mercado e se
tornou a 31ª maior empresa do
mundo. Ele atribuiu o desempenho à disciplina financeira
da companhia, ao mercado forte impulsionado pela China e à
aquisição da produtora de níquel canadense Inco.
Enquanto a Bovespa tem quebrado seguidos recordes de
pontuação -os pontos representam o valor das ações negociadas no pregão-, o dólar tem
descido a seus mais baixos valores em anos. A moeda recuou
1,31% ontem e caiu para R$ 1,81,
sua mais baixa cotação desde 15
de agosto de 2000.
No mercado, espera-se que o
BC volte a atuar, comprando
dólares, a qualquer momento.
Colaborou a Sucursal do Rio
Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: O pior negócio - Brasil ou Gaza? Próximo Texto: Focus: Mercado revisa para baixo previsão para dólar e inflação Índice
|