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BNDES pede ampliação de recursos a Lula
Em evento, presidente do banco reivindica elevação da capacidade de empréstimos para atender demanda das empresas
Lula afirma, em discurso, que país "nunca esteve tão arrumado como agora'; para ele, Brasil "acordou do coma" depois de três décadas
CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) quer mais recursos
para ampliar sua capacidade de
financiamentos. Durante almoço, o presidente do banco,
Luciano Coutinho, fez o pedido
a Lula. Com projeções, ele mostrou que, para manter sua atual
participação nos investimentos
privados, os desembolsos do
BNDES devem somar R$ 70,5
bilhões em 2008.
O presidente mostrou-se
simpático à proposta, que será
avaliada nos próximos dias pelo
ministro da Fazenda, Guido
Mantega. De acordo com Coutinho, uma nova capitalização
do banco está sendo estudada
para este ano ou para 2008.
"O patrimônio de referência
[que serve de parâmetro para o
que o BNDES pode emprestar]
do banco cresce naturalmente
com a capitalização. Nós estamos em conversações com o
ministro da Fazenda e o secretário do Tesouro para capitalizar, remeter dividendos e receber em troca alguma capitalização, o que termina subindo o
patrimônio de referência. Estamos negociando se isso será feito neste ano ou no próximo
ano, mas é algo em torno de R$
3 bilhões. É uma das possibilidades, uma operação nos moldes da que fizemos em 2006."
Em 2007, o patrimônio de referência do BNDES foi elevado
de R$ 24,3 bilhões para R$ 30,5
bilhões. Com o aumento do patrimônio de referência, os limites de exposição do banco serão
elevados na mesma proporção.
Assim, o BNDES poderá emprestar mais para setores que
estavam próximos do limite de
concessão de crédito.
Após a reunião, Lula participou da solenidade que festejou
a contratação pelo banco das 24
primeiras operações de apoio a
cooperativas de catadores de
materiais recicláveis, no valor
de R$ 16,4 milhões.
O presidente ficou com os
olhos marejados em duas ocasiões. A primeira vez, no discurso de Luciano Coutinho.
Minutos antes, Lula vira o auditório cantar em coro o "Hino
Nacional dos Catadores". Voltou a lacrimejar no discurso de
Roberto Laureano da Rocha,
presidente da União Nacional
dos Catadores, que falou que a
categoria já não come melancia
podre, mas arroz com feijão.
Em discurso, o presidente
afirmou que o Brasil "nunca esteve tão arrumado como está
agora" e que economistas da
oposição com "um mínimo de
honradez" deveriam reconhecer isso em público. " Qualquer
economista de bom senso, por
mais oposição que seja (...) tem
que dizer publicamente que este país nunca esteve tão arrumado como está agora".
"Esse país durante três décadas foi governado como se fosse
um país em uma eterna UTI,
em estado de coma, tomando
antibiótico pela veia, pela boca.
Parecia em estado terminal. Sabe aquelas pessoas que vivem
no tubo a vida inteira até morrer? O país estava assim. Nós
conseguimos acertar o remédio." Ao acertar o remédio, ainda no dizer de Lula, "o paciente
acordou do coma, levantou, recebeu alta do hospital".
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