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Ministro contesta dado do Banco Mundial sobre Brasil
Para Miguel Jorge, informação de que abertura de empresa leva 152 dias é de 2003
Pesquisa do ministério afirma que, neste ano,
prazo médio para abrir empresa está em 20 dias; Bird reafirma estudo
JOANA CUNHA
VERIDIANA SEDEH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O tempo para abrir uma empresa no Brasil é de cerca de 20
dias, e não 152 dias, como divulgado na semana passada pelo
Banco Mundial, no relatório
"Doing Business", segundo o
ministro do Desenvolvimento,
Miguel Jorge, ontem, em evento da Fecomercio SP.
O ministro afirmou que o dado do Bird foi recebido com
"perplexidade" por ser igual ao
de cinco anos atrás. "O dado
nos pegou de surpresa. Pedimos esclarecimentos e a retificação da informação, pois o erro gera prejuízos ao Brasil."
Pelo "Doing Business", a
Austrália é o país onde é mais
rápido abrir um negócio: leva-se apenas dois dias.
Segundo o ministro, uma
fonte confiável do Banco Mundial disse que a instituição repetiu o dado de 2003.
O Bird não confirma a falha e
diz que o "Doing Business" se
refere ao período de abril de
2006 a junho de 2007 e indica
que são de fato necessários os
152 dias. Para Rita Ramalho,
economista do banco, "as diferenças são resultado de diferentes metodologias".
De acordo com estudo do
MDIC enviado à Folha, o período médio para aprovação
nas juntas comerciais e principais órgãos envolvidos foi reduzido para 20,3 dias no intervalo de janeiro a junho.
Se correto o dado do ministério, o Brasil ficará à frente de
países como o Japão, onde a
média é de 23 dias.
O levantamento aponta que,
de 246.586 empresas abertas
no país no período, o tempo
gasto em média para registro
nas juntas foi de 1,8 dia útil.
Mesmo em Estados onde o
fluxo foi elevado, como Minas
Gerais, com 24.600 empresas
abertas no primeiro semestre,
o tempo na junta foi de um dia.
Nos demais órgãos -prefeitura, secretarias estaduais e municipais de Fazenda, Corpo de
Bombeiros e conselhos regionais de contabilidade- a média
foi de 11,5 dias no país.
No cálculo geral -junta e demais órgãos-, o melhor desempenho é de Alagoas, onde
se levam seis dias. O mais lento
é o Amazonas, com 40 dias. Em
São Paulo, onde há o maior número de aberturas, 75.569, um
empreendedor espera 25 dias.
A pesquisa considerou empresas de sociedade limitada,
em atividade industrial ou comercial e prestação de serviço.
A causa da queda observada,
segundo o secretário de Comércio e Serviços do ministério, Edson Lupatini Junior, são
os convênios que as juntas comercias estão fazendo com outros órgãos. A idéia, para ele, é
concentrar no mesmo espaço
físico todos os órgãos envolvidos. "O CNPJ sai na junta. É a
"Central Fácil". Lá tem Receita
Federal com o sistema integrado. O funcionário da junta é
treinado pela Receita."
Há centrais fáceis ou equivalentes em 20 Estados.
Helena Rego, consultora do
Sebrae, confirma a redução. "A
união dos órgãos até reduz a
exigência de documentos."
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