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Área plantada com cana cresce 15% em São Paulo
Cultura ocupou principalmente regiões de pastagem
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
O incentivo à produção de álcool no país fez com que a área
cultivada com cana-de-açúcar
crescesse 15% em São Paulo
neste ano em comparação com
o ano passado. O aumento
ocorre em meio à polêmica de
que a expansão pode gerar fome no futuro, ao tomar terras
propícias à produção de alimentos. Relatório da ONU (Organização das Nações Unidas)
critica esse avanço da cana.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebate. Ele diz que a
"cana só ocupa 1% das terras
agricultáveis". O Brasil é o
maior produtor de biocombustível derivado da cana.
Na safra 2007/2008, há 4,2
milhões de hectares com cana-de-açúcar só em São Paulo (o
que inclui uma área de reforma
-cuja cana já foi plantada, mas
só será colhida em 2008). Eram
3,6 milhões na safra 2006/
2007. Os dados são do Canasat,
projeto do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
que mapeia a área plantada por
meio de imagens de satélite.
Segundo Bernardo Rudorff,
que coordena o Canasat, não é
possível dizer se há perda de
outras culturas em razão da expansão da área de cana.
"O que as imagens mostram é
que mais da metade do avanço
da cana em São Paulo ocorreu
em cima de áreas de pastagem,
principalmente no noroeste do
Estado. Na região, a quantidade
de terras plantadas aumentou
muito à medida que foram se
instalando novas usinas."
Houve aumento da área também em Goiás, Minas Gerais,
Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul e Paraná. Em toda a região
centro-sul, o crescimento foi de
18%, ou seja, 926 mil hectares a
mais do que no período passado. Ao todo, são 6 milhões de
hectares cultivados.
Para o diretor-técnico da
Unica (União da Indústria de
Cana-de-Açúcar), Antonio de
Pádua Rodrigues, não há competição da cana com áreas de
alimentos. "A expansão se deu
em áreas degradadas. Foi em
direção ao oeste de São Paulo, a
Mato Grosso do Sul, ao sul de
Goiás, locais em que se compete com pastagem. Houve alguma área com soja prejudicada
[em São Paulo], mas aqui praticamente não há essa cultura."
Segundo ele, mesmo que a
área de cana dobre em cinco
anos no país, será "muito menor" que a de grãos. "Vai chegar
a ocupar não muito mais que
3% das áreas agricultáveis."
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