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Importação maior derruba saldo comercial
País comprou US$ 12,534 bi no exterior no mês passado, fazendo com que a balança tivesse o menor resultado desde janeiro
Exportações aumentaram só 0,3%, mas importações subiram 16,4%; compras de máquinas e equipamentos cresceram 20% em setembro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O crescimento das importações em setembro derrubou o
saldo da balança comercial do
país. Com as vendas ao exterior
estacionadas praticamente no
mesmo patamar de agosto, o
superavit no mês não passou de
US$ 1,33 bilhão, o menor resultado desde janeiro.
Ainda assim, o comércio do
Brasil com o mundo refletiu a
retomada industrial no país. Os
embarques de produtos manufaturados cresceram, enquanto
as compras de máquinas e equipamentos sinalizam a volta dos
investimentos no setor.
O total das exportações do
país em setembro fechou em
US$ 13,864 bilhões, apenas
0,3% superior ao resultado de
agosto. Como os principais produtos agrícolas brasileiros já
foram vendidos no primeiro semestre do ano, houve queda de
9,6% nos embarques de produtos básicos, mas o movimento
foi compensado pelos crescimentos de 10,3% nas vendas de
bens industrializados e de 1,8%
na de bens intermediários.
"A queda das commodities é
normal para esta época do ano,
após o fim das colheitas, ainda
mais com a antecipação da safra da soja, que bateu recorde
este ano. A boa notícia é o crescimento [nas exportações] dos
produtos industrializados",
disse o secretário de Comércio
Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral.
No entanto, a melhor penetração no exterior dos produtos
brasileiros de maior valor agregado ocorreu paralelamente a
uma redução média de 0,7%
nos preços dessas mercadorias.
Ou seja, as empresas estão conseguindo exportar mais, mas
com menor margem de lucro.
"Isso é resultado de um mercado mundial mais competitivo, mas há um limite para esses
descontos", afirmou o secretário. Para Barral, uma forma de
reagir a esse acirramento na
disputa por espaços nos fluxos
de comércio seria a adoção de
medidas para a redução dos
custos burocráticos, tributários e de logística na produção.
Já as importações em setembro somaram US$ 12,534 bilhões, superando em 16,4% as
operações de agosto. O destaque ficou para o aumento de
20,2% nas compras de máquinas e equipamentos.
Para Alexandre Chaia, economista do Instituto Insper
(ex-Ibmec), o movimento reflete a tentativa da indústria
nacional em se preparar para o
aumento da demanda esperado
para o próximo ano.
"Como o prazo de maturação
dos investimentos não é imediato, as empresas já estão começando a corrigir e a modernizar a capacidade, ainda em
parte ociosa, mas que será exigida em meados de 2010, quando a crise for inteiramente superada", avaliou.
Segundo Chaia, a queda do
superavit comercial após uma
sequência longa de resultados
expressivos tende a se repetir
nos meses finais deste ano porque a economia brasileira está
crescendo mais rapidamente
do que o restante do mundo.
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