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Metalúrgicos da Embraer ameaçam entrar em greve
Trabalhadores pararam por duas horas e querem maior participação nos lucros
A empresa não confirma o
recebimento do aviso de
greve nem da pauta de
reivindicações e afirma que
não houve paralisação
ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA
Cerca de 6.500 metalúrgicos
da Embraer paralisaram a produção por duas horas na manhã
e na tarde de ontem em São José dos Campos (SP), segundo o
Sindicato dos Metalúrgicos da
cidade. Os trabalhadores, que
protestam contra o cálculo da
PLR (Participação nos Lucros e
Resultados) do primeiro semestre, ameaçam entrar em
greve caso a empresa não abra
negociações em 48 horas.
A Embraer não confirma o
recebimento do aviso de greve
nem da pauta de reivindicações
do sindicato e afirma que não
houve paralisação. Segundo a
empresa, uma assembleia atrasou o horário de entrada dos
metalúrgicos em uma hora pela
manhã e à tarde.
O valor da PLR, de R$ 235
mais 0,1% do salário, foi anunciado na terça-feira pela empresa e é considerado baixo pelos trabalhadores. Segundo o
sindicato, no mesmo período
do ano passado os trabalhadores receberam R$ 1.126,12.
A Embraer afirma estar sofrendo os efeitos da crise, que
reduziu o número de novas encomendas. Em fevereiro, cerca
de 4.200 funcionários foram
demitidos, o que gerou reclamações dos trabalhadores e até
do presidente Lula. Em agosto,
a empresa foi absolvida pelo
TST (Tribunal Superior do Trabalho) da acusação de abuso
por não ter buscado acordo antes da demissão.
A paralisação de ontem foi
motivada também pelo reajuste de 4,4% concedido pela empresa em setembro. Segundo o
sindicato, os empregados foram orientados, em uma reunião com os gerentes, a não esperar aumento real de salários.
"Eles argumentam que não
receberam ajuda do governo,
mas omitem que estão pegando
muito dinheiro do BNDES",
afirma o vice-presidente do
sindicato, Herbert Claros, referindo-se às linhas de crédito do
órgão estatal para a compra de
aviões executivos.
A Embraer diz que os 4,4%
(inflação dos últimos 12 meses)
foram concedidos antecipadamente, já que a data-base da categoria é em novembro. Segundo a Embraer, a ideia é complementar o valor do reajuste em
novembro, a partir de negociações com o sindicato.
Taubaté
Também ontem, os metalúrgicos da Ford e da Volkswagen
em Taubaté (SP) chegaram a
acordo sobre o abono salarial,
antes fixado em R$ 1.500. O novo valor, de R$ 2.800, foi proposto pelo sindicato local e será
pago em parcela única.
Os trabalhadores, que haviam concluído as negociações
com as montadoras em setembro, decidiram protestar após a
GM conceder abono de R$
1.950 e reajuste de 8,3% aos
metalúrgicos de São José e de
São Caetano do Sul. Em Taubaté, o reajuste foi de 6,53%.
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