|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Santander faz barreira para conter ação de especuladores
Na estreia das ações do banco na Bolsa, clientes só poderão negociar por telefone
CVM avalia se restrição foi informada adequadamente e se prejudica clientes do Real e do Santander; Bolsa diz que decisão é de cada corretora
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na oferta de ações do Santander, os correntistas do banco
foram beneficiados com direito
de preferência em caso de rateio dos papéis. O que alguns
clientes não sabem é que terão
de se submeter a uma restrição
operacional, capaz de inviabilizar eventual "flippagem", a gíria dos pequenos investidores
para a operação que consiste
em entrar na oferta, embolsar
um ganho rápido e vender os
papéis em seguida.
Esses clientes terão de efetuar suas vendas e compras por
telefone na mesa de operações
das corretoras de Real ou Santander, o que pode demorar algum tempo. Ou seja, não terão
acesso à comodidade do "home
broker", o sistema de negociação via internet que permite
efetuar operações instantaneamente. No segundo dia, porém,
a ação estará no "home broker",
que funcionará normalmente.
O problema é que os investidores pessoa física das demais
corretoras poderão vender e
comprar as ações com essa facilidade, o que pode conferir uma
desvantagem para os clientes
dos bancos Real e Santander.
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) está analisando se
há prejuízo a esses clientes e se
o prospecto informou adequadamente essa situação. "A
CVM está verificando o teor da
informação recebida."
A informação não consta de
nenhuma das 674 páginas do
prospecto do Santander, percorridas pela Folha.
Para os coordenadores da
operação, essa restrição pode
reduzir o risco de queda dos
papéis e facilitar o trabalho de
estabilização de preço, que ficou a cargo do Credit Suisse.
A restrição é vista como uma
espécie de "lock-up" informal,
período de restrição para a
venda de ações dado a executivos. Os funcionários, que foram beneficiados por prioridade na alocação e no financiamento com juros subsidiados,
terão "lock-up" de 60 dias.
Procurado, o Santander não
quis se manifestar, alegando
que está em período de silêncio. A BM&FBovespa afirmou
que o funcionamento do "home broker" é uma decisão de
cada corretora. "Cada corretora tem sua própria maneira de
se relacionar com o cliente e de
encaminhar suas ordens. A
Bolsa não bloqueia ou desbloqueia o "home broker'", disse.
As novas ações do Santander
começam a ser negociadas no
dia 7. O período para reserva
termina no dia 5. O investidor
pessoa física pode pedir reservas de R$ 3.000 a R$ 300 mil,
sendo que os clientes do banco
só podem efetuá-la nas corretoras do Real ou do Santander.
Para efetuar a reserva, o investidor deve procurar uma corretora ou o banco do qual é cliente. As principais corretoras
participam da oferta.
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: Acordo para criar gigante petroquímica está próximo Índice
|