São Paulo, sexta-feira, 02 de outubro de 2009

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Femsa negocia venda de divisão de cerveja, diz jornal

Negócio pode sair por US$ 9 bilhões; discussão acontece em momento de consolidação do setor

DA REDAÇÃO

A Femsa, a gigante mexicana de bebidas e que tem forte presença na América Latina (inclusive no Brasil), está negociando a venda da sua unidade de cerveja com a britânica SABMiller e a holandesa Heineken, diz o "Financial Times". Segundo o "Wall Street Journal", a negociação é uma fusão e pode chegar a US$ 9 bilhões.
A intenção da empresa, diz o "Financial Times", é priorizar as suas operações com a Coca-Cola, da qual ela é a maior engarrafadora na América Latina. A divisão do refrigerante é uma das que crescem mais rapidamente: ela teve um aumento de 30,4% no faturamento no segundo trimestre deste ano, ante um avanço de 6,7% da unidade de cervejas.
As negociações, que estariam ainda em estágio inicial, foram confirmadas ontem pela Femsa em nota. Ela disse que está "em discussões com várias partes para explorar oportunidades no negócio de cerveja. No entanto, não há garantias de que essas discussões vão levar a um acordo definitivo".
Com o anúncio oficial, foram suspensas na tarde de ontem as negociações das ações da empresa na Bolsa do México. Até então, um dos papéis acumulava alta de 12,5%.
O possível acordo acontece em um momento em que o mercado global está cada vez mais consolidado -processo que foi ainda mais acentuado no ano passado com a compra por US$ 52 bilhões da americana Anheuser-Busch pela belgo-brasileira InBev.
Com o negócio, Heineken ou SABMiller entraria com força no mercado mexicano, um dos principais do mundo e que é basicamente dividido entre a Femsa e a Modelo (que foi adquirida pela InBev no mesmo acordo com a Anheuser-Busch). E a competição com a InBev também se estenderia ao Brasil, onde a primeira é dominante e a Femsa distribui marcas como Kaiser, Sol e Bavaria.
"O mundo da cerveja está se consolidando entre os "players" globais", disse ao "Financial Times" uma das pessoas com conhecimento das negociações. "Agora, a InBev basicamente controla a Modelo, a principal competidora [da Femsa]. Existiam companhias cervejeiras familiares, mas, uma a uma, elas foram caindo."
No ano passado, a InBev, com o negócio com a Anheuser-Busch, retomou o posto de maior fabricante mundial de cerveja (ela responde por cerca de 25% da produção global), que tinha perdido em 2007 para a SABMiller.


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