São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Insumo representa até 30% dos gastos das empresas; reajuste médio é de 4,9% e deve ser repassado ao passageiro

Petrobras sobe preço do querosene de aviação

SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE

A Petrobras reajustou ontem o preço do querosene da aviação, combustível usado nas aeronaves. O aumento médio atingiu 4,9%. O insumo representa até 30% dos gastos das companhias aéreas, que podem repassar a alta dos custos para os preços das passagens cobrados dos consumidores.
Segundo a estatal, o percentual de reajuste varia de acordo com o contrato de cada distribuidora, mas a média nacional somou 4,9%. Nos últimos meses, o aumento do preço do querosene levou o sindicato das companhias aéreas a criticar a estatal.
Para o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), a Petrobras tem sido "muito dura" com as aéreas, pois os percentuais de reajustes superam os de outros derivados do petróleo. A estatal não comenta as críticas.
Neste ano, o sindicato estima que o preço do querosene de aviação já tenha subido mais de 40%. Segundo o Snea, o reajuste das passagens aéreas ocorre em um ritmo menor do que a inflação oficial do país. Além disso, algumas das principais empresas do setor (como a Varig e a Vasp) enfrentam séria crise financeira.
No dia 14 de outubro, a Petrobras anunciou o reajuste da gasolina (2,4%) e do diesel (4,8%) nas refinarias. O aumento ficou abaixo do esperado, e analistas esperam nova alta neste mês.
"Em breve, a Petrobras terá de abandonar sua política de ajustes moderados nos preços domésticos [dos combustíveis] e terá de aumentar significativamente os preços dos derivados do petróleo, a menos que os preços internacionais do barril desmoronem", escreveu o economista do banco alemão WestLB, Adauto Lima, em recente relatório.
Na semana passada, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) deflagrou uma crise entre a Petrobras e o Banco Central. No documento, o Copom aponta a "protelação" do reajuste da gasolina como um fator de pressão inflacionária. A estatal respondeu com uma nota dizendo que "a política de preços é de exclusiva responsabilidade da empresa".


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