São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2004

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REAJUSTE

Aumento vale desde ontem e resulta de decisão do STJ

Parcela extraordinária faz tarifa de telefonia fixa ficar mais cara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As tarifas de telefonia fixa ficaram mais caras ontem, por conta da segunda e última parcela do aumento extraordinário acordado entre o governo e as operadoras em agosto. A primeira parcela foi aplicada em setembro.
O aumento extra é resultado de decisão tomada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em julho. O tribunal determinou que o IGP-DI deveria ter sido usado para reajustar as tarifas de telefonia em 2003, em vez do IPCA.
Em junho, pouco antes da decisão do STJ, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já havia aplicado o reajuste anual de 2004 usando como indexador o IGP-DI, previsto nos contratos das operadoras com o governo. Na ocasião, as tarifas subiram, em média, 6,89%.
Com a decisão da Justiça de usar também o IGP-DI no reajuste do ano passado, um novo aumento teve que ser concedido para recompor a base de cálculo das tarifas. O reajuste extra negociado pelo governo com as empresas foi de 8,7%, em média, parcelado em duas vezes, sem direito a cobrança retroativa.
De acordo com os cálculos da Anatel, a assinatura residencial deveria subir entre 6,28% e 7,16%; o pulso, entre 6,29% e 7,21%, e as ligações interurbanas e internacionais, aproximadamente 10,9%.
Os índices de reajustes estão expostos no quadro ao lado.

Polêmica
No ano passado, o reajuste da telefonia fixa sofreu o impacto da alta do dólar em 2002, ano pré-eleitoral. A desvalorização do real impactou os índices de preço, particularmente o IGP-DI e o IGP-M.
Em fevereiro do ano passado, o então ministro das Comunicações, Miro Teixeira, começou a informar que o governo negociaria com as operadoras de telefonia para evitar o uso do IGP-DI, previsto nos contratos, para reajustar as tarifas.
As negociações das empresas com o governo fracassaram e, em junho do ano passado, a Anatel anunciou reajuste pelo IGP-DI, o que resultaria em aumentos de até 41,75% (habilitação). Para assinatura e pulso, o reajuste seria de aproximadamente 25%.
Miro Teixeira discordou da decisão e chegou a dizer que a Anatel havia se rendido às empresas do setor. A partir daí, Teixeira passou a defender que a população, por meio de entidades organizadas da sociedade civil, questionassem o aumento na Justiça.
Várias liminares em primeira instância passaram a impedir que o aumento pelo IGP-DI fosse aplicado, até que a Justiça Federal acabou optando liminarmente pelo IPCA, o que resultaria em um reajuste médio menor, de aproximadamente 14%.


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