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REAJUSTE
Aumento vale desde ontem e resulta de decisão do STJ
Parcela extraordinária faz tarifa de telefonia fixa ficar mais cara
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As tarifas de telefonia fixa ficaram mais caras ontem, por conta
da segunda e última parcela do
aumento extraordinário acordado entre o governo e as operadoras em agosto. A primeira parcela
foi aplicada em setembro.
O aumento extra é resultado de
decisão tomada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em julho.
O tribunal determinou que o IGP-DI deveria ter sido usado para
reajustar as tarifas de telefonia em
2003, em vez do IPCA.
Em junho, pouco antes da decisão do STJ, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já
havia aplicado o reajuste anual de
2004 usando como indexador o
IGP-DI, previsto nos contratos
das operadoras com o governo.
Na ocasião, as tarifas subiram, em
média, 6,89%.
Com a decisão da Justiça de usar
também o IGP-DI no reajuste do
ano passado, um novo aumento
teve que ser concedido para recompor a base de cálculo das tarifas. O reajuste extra negociado pelo governo com as empresas foi de
8,7%, em média, parcelado em
duas vezes, sem direito a cobrança retroativa.
De acordo com os cálculos da
Anatel, a assinatura residencial
deveria subir entre 6,28% e 7,16%;
o pulso, entre 6,29% e 7,21%, e as
ligações interurbanas e internacionais, aproximadamente 10,9%.
Os índices de reajustes estão expostos no quadro ao lado.
Polêmica
No ano passado, o reajuste da
telefonia fixa sofreu o impacto da
alta do dólar em 2002, ano pré-eleitoral. A desvalorização do real
impactou os índices de preço,
particularmente o IGP-DI e o
IGP-M.
Em fevereiro do ano passado, o
então ministro das Comunicações, Miro Teixeira, começou a
informar que o governo negociaria com as operadoras de telefonia
para evitar o uso do IGP-DI, previsto nos contratos, para reajustar
as tarifas.
As negociações das empresas
com o governo fracassaram e, em
junho do ano passado, a Anatel
anunciou reajuste pelo IGP-DI, o
que resultaria em aumentos de até
41,75% (habilitação). Para assinatura e pulso, o reajuste seria de
aproximadamente 25%.
Miro Teixeira discordou da decisão e chegou a dizer que a Anatel havia se rendido às empresas
do setor. A partir daí, Teixeira
passou a defender que a população, por meio de entidades organizadas da sociedade civil, questionassem o aumento na Justiça.
Várias liminares em primeira
instância passaram a impedir que
o aumento pelo IGP-DI fosse aplicado, até que a Justiça Federal
acabou optando liminarmente
pelo IPCA, o que resultaria em
um reajuste médio menor, de
aproximadamente 14%.
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