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Outubro bate recorde de importações
País comprou US$ 416 milhões por dia útil no mês; exportações também sobem, com alta de 17% no acumulado do ano
Preço médio dos produtos exportados subiu 12% neste ano, reduzindo efeito prejudicial do câmbio; já volume cresceu só 4,5%
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As importações voltaram a
bater recorde, mas a balança
comercial novamente teve saldo positivo em outubro. O superávit foi de US$ 3,916 bilhões
no mês passado, o que fez o resultado no ano subir para US$
37,891 bilhões -crescimento
de 4,4% em relação ao mesmo
período de 2005.
Em média, o país importou
US$ 416,4 milhões por dia útil
em outubro, maior valor já registrado nas estatísticas do Ministério do Desenvolvimento.
Já a média diária das exportações ficou em US$ 602,9 milhões -um recorde para outubro. No ano, as exportações somam US$ 113,373 bilhões,
17,3% a mais do que em 2005.
Mas o próprio governo já começa a ver esse número com
ressalvas. O secretário de Comércio Exterior do Ministério
do Desenvolvimento, Armando
Meziat, afirma que, embora os
números gerais continuem positivos, alguns setores exportadores enfrentam problemas
por causa do câmbio.
"O desempenho [das exportações] está sendo espetacular
porque o mundo está num momento espetacular, mas temos
alguns problemas no Brasil que
impedem um crescimento
maior", diz Meziat. Segundo
ele, o setor automotivo é um
dos que mais foram afetados
pela valorização do real, o que
torna os produtos brasileiros
menos competitivos.
Entre janeiro e outubro, segundo Meziat, a quantidade de
automóveis exportados caiu
9,3% na comparação com 2005,
uma redução de aproximadamente 50 mil veículos nas vendas. Porém, como o preço desses produtos no mercado subiu,
o valor total das exportações do
setor acabou crescendo 5,8%.
Dessa forma, o efeito da valorização do real nas exportações
-que é mais sentido na redução das quantidades exportadas- acaba sendo um pouco
compensado pelo aumento dos
preços de várias mercadorias
no mercado internacional.
Preços
Na avaliação do economista
Fernando Ribeiro, da Funcex
(Fundação Centro de Estudos
do Comércio Exterior), o comportamento dos preços dos
produtos da pauta brasileira de
exportações deve continuar
sendo determinante nos resultados da balança daqui para a
frente, já que a tendência é que
fatores como o câmbio não
apresentem mudanças significativas por enquanto.
"O preço é o que vai fazer a
diferença, para o bem ou para o
mal", afirma Ribeiro. Entre janeiro e setembro deste ano, o
preço médio dos produtos exportados subiu 11,9%, enquanto a quantidade efetivamente
vendida ao exterior cresceu
4,5%. Para Ribeiro, as vendas
ao exterior devem chegar a US$
136 bilhões neste ano.
Ribeiro também diz que as
importações devem continuar
crescendo num ritmo forte,
mas afirma que o resultado de
outubro ficou um pouco acima
do esperado e não deve se repetir na mesma intensidade nos
próximos meses.
Relatório do Iedi (Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) ressalta que
"o ritmo de expansão das importações não foi ainda maior
devido à evolução moderada do
nível de atividade" neste ano.
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