São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2006

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Fluxo de dólares no ano acumula alta de 165%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O fluxo de capital externo para o Brasil chegou a US$ 3,187 bilhões no mês passado, segundo o Banco Central. Entre janeiro e outubro, o ingresso líquido de divisas já chega a US$ 35,233 bilhões, alta de 165% em relação ao mesmo período de 2005.
Os números consideram todas as operações de entradas e saídas de recursos fechadas no mercado de câmbio, incluindo importações, exportações, captação de empréstimos, ingressos de investimentos estrangeiros, pagamento de juros da dívida externa, entre outras.
No mês passado, um dos destaques foi a pequena queda no volume de dólares trazido ao Brasil pelos exportadores, que ficou em US$ 11,690 bilhões -recuo de 6,6% ante setembro. Já as remessas feitas por importadores cresceram 27,5% e somaram US$ 8,955 bilhões.
Esse movimento pode refletir a percepção de exportadores e importadores em relação à taxa de câmbio praticada em outubro: os primeiros possivelmente consideraram que a cotação do dólar não era vantajosa o suficiente para que os recursos apurados com as suas vendas fossem trocados por reais. No caso dos importadores, o raciocínio seria o oposto, o que aumentaria o interesse em enviar dólares para fora.
Já as chamadas operações financeiras -que incluem basicamente os fluxos de investimentos e empréstimos- apresentaram uma recuperação no mês passado. O saldo apurado nessas transações foi positivo em US$ 452 milhões. Em setembro, o fluxo havia ficado negativo em US$ 366 milhões.
O número é uma indicação de que os investidores estrangeiros voltaram a fazer aplicações maiores no mercado financeiro brasileiro. Em setembro, já se observava uma maior procura desses investidores por títulos públicos e ações negociados no país, tendência que pode ter se confirmado em outubro. Até o final deste mês, o BC deve divulgar mais detalhes sobre essas operações.

Rumo ao recorde
A menos que ocorra uma forte saída de dólares até dezembro, o fluxo de capital externo para o Brasil será o maior desde o início da série estatística do BC, em 1982. Até agora, o maior saldo foi registrado em 1992 -ingresso de US$ 20,771 bilhões.
Boa parte dos dólares que entraram no país até agora foi comprada pelo BC para reforçar as reservas internacionais, que hoje estão em US$ 78 bilhões.


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