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Reflexos na economia dividem opiniões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O efeito da entrada recorde de importados divide opiniões. Há os que que apóiam
o ingresso das mercadorias
porque elas ajudariam a conter a inflação e permitiriam
modernizar o parque industrial. Mas há especialistas
que preferem destacar uma
suposta concorrência desleal
e os efeitos negativos para a
indústria instalada no Brasil.
Atualmente, um dos maiores defensores dos importados é o governo. Alheio às reclamações dos setores prejudicados, Brasília avalia de
que esses produtos têm ajudado a economia.
O novo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,
Welber Barral, diz não ter
qualquer preocupação com o
tema. "O que tem liderado o
aumento é o petróleo e os insumos para a indústria. O
que temos visto é a forte entrada de bens de capital que
têm ajudado na renovação
das indústrias."
Além da modernização das
fábricas, os importados têm
ajudado a conter a inflação.
Com o dólar fraco, mercadorias entram no país com preços competitivos -algumas
vezes até menores que os dos
concorrentes nacionais.
Entre os críticos, a principal reclamação aparece entre os setores que sofrem
concorrência direta dos importados. Nos últimos anos,
a indústria calçadista, moveleira e têxtil sofreram com a
disputa e houve demissão em
massa. A principal queixa é
contra os produtos chineses,
que chegariam com preços
tão baixos que inviabilizariam a concorrência.
"Há casos em que o fabricante nacional consegue
concorrer ao mudar o produto, agregar novas tecnologias. Mas nem sempre é possível. O pior é que os brasileiros também concorrem com
os chineses em outros mercados, como nos EUA e na
Europa", diz José Augusto de
Castro, da AEB (associação
de comércio exterior).
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