São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2007

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Reflexos na economia dividem opiniões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O efeito da entrada recorde de importados divide opiniões. Há os que que apóiam o ingresso das mercadorias porque elas ajudariam a conter a inflação e permitiriam modernizar o parque industrial. Mas há especialistas que preferem destacar uma suposta concorrência desleal e os efeitos negativos para a indústria instalada no Brasil.
Atualmente, um dos maiores defensores dos importados é o governo. Alheio às reclamações dos setores prejudicados, Brasília avalia de que esses produtos têm ajudado a economia.
O novo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, diz não ter qualquer preocupação com o tema. "O que tem liderado o aumento é o petróleo e os insumos para a indústria. O que temos visto é a forte entrada de bens de capital que têm ajudado na renovação das indústrias."
Além da modernização das fábricas, os importados têm ajudado a conter a inflação. Com o dólar fraco, mercadorias entram no país com preços competitivos -algumas vezes até menores que os dos concorrentes nacionais.
Entre os críticos, a principal reclamação aparece entre os setores que sofrem concorrência direta dos importados. Nos últimos anos, a indústria calçadista, moveleira e têxtil sofreram com a disputa e houve demissão em massa. A principal queixa é contra os produtos chineses, que chegariam com preços tão baixos que inviabilizariam a concorrência.
"Há casos em que o fabricante nacional consegue concorrer ao mudar o produto, agregar novas tecnologias. Mas nem sempre é possível. O pior é que os brasileiros também concorrem com os chineses em outros mercados, como nos EUA e na Europa", diz José Augusto de Castro, da AEB (associação de comércio exterior).


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