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Consumo de energia sobe 7,5% em outubro
Alta em relação a mesmo mês de 2006 foi gerada por maior atividade industrial e calor; em 12 meses, ela fica em 4,8%
Nível dos reservatórios das hidrelétricas é o mais baixo para esta época do ano desde 2004, mas ainda garante abastecimento
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O consumo de energia no
mês de outubro aumentou
7,5% em relação ao mesmo mês
no ano passado. Nos 12 últimos
meses, comparado com o mesmo período no ano passado, o
aumento foi de 4,8%. O crescimento é o maior registrado em
um mês de outubro desde o fim
do racionamento, em 2002.
O crescimento do consumo
foi liderado pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde estão instaladas as principais indústrias do país e está concentrada a maior parte da população. Nessa área, o aumento em
relação a outubro do ano passado foi de 9,2%. Nos últimos 12
meses, foi de 5,1%. As regiões
Sudeste e Centro-Oeste consomem 62,3% da energia do país.
Em outubro foram consumidos 51.229 MW (megawatts)
médios no chamado "sistema
interligado" - todo o país menos região Norte. No mesmo
mês do ano passado, o consumo
médio foi de 47.646 MW.
De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o aumento do consumo
de energia em outubro foi causado pelo calor registrado ao
longo do mês e pelo aumento
da produção industrial. As temperaturas elevadas levam a um
aumento do uso de aparelhos
de refrigeração, que consomem
muita energia.
Ainda de acordo com a avaliação feita pelo órgão, houve
aumento do uso da capacidade
instalada da indústria, impulsionada tanto pelo aumento do
consumo no mercado interno
quanto pelas exportações, favorecidas pelo preço elevado dos
principais produtos de exportação do país.
Níveis baixos
O nível de água nos reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste é
o mais baixo para um mês de
outubro (final do período de seca) desde 2004.
Naquele ano, o nível médio
em outubro ficou em 62,03%
da capacidade. Na quarta-feira,
último dia do mês, o nível registrado foi de 51,92%. Em outubro de 2000, o nível dos reservatórios estava em 22,9%. O racionamento foi decretado em
junho do ano seguinte e acabou
em fevereiro de 2002.
O nível baixo de água nos reservatórios, apesar de normal
para esta época do ano, foi o
responsável pelo acionamento
das termelétricas a gás, o que
causou corte parcial do fornecimento do produto no Rio de Janeiro e São Paulo na terça-feira.
Com menos água nos reservatórios, o preço da energia gerada pelas hidrelétricas (geralmente mais barata) aumenta.
Quando isso acontece, as regras
do sistema elétrico brasileiro
determinam o acionamento de
termelétricas.
A medida é normal e tem o
objetivo de poupar a água das
hidrelétricas.
Como não há gás natural suficiente para acionar termelétricas e, ao mesmo tempo, atender a todos os outros consumidores do produto, a Petrobras
teve que fazer um corte parcial
no gás destinado às distribuidoras.
Mesmo se a Petrobras não tivesse fornecido gás para as termelétricas, não teria faltado
energia. Isso porque, embora
em níveis baixos, os reservatórios das hidrelétricas ainda estão suficientemente abastecidos para garantir o suprimento
de energia.
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