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Para distribuidora, Petrobras pretende reajustar gás em 30%
RAQUEL ABRANTES
DA SUCURSAL DO RIO
MARINA FALEIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A discussão em torno do valor do gás natural tem um consenso: o preço deve subir. As divergências são sobre quem deve pagar mais caro por ele.
O presidente da CEG e da
CEG Rio (que distribuem gás
no Estado do Rio), Bruno Armbrust, disse que a Petrobras iniciou processo de negociação de
novos contratos com o Norte e
o Nordeste, com uma fórmula
de preços que incrementa o valor do gás para as distribuidoras
em 30%.
"A questão é que nenhuma
concessionária -que eu saiba-
aceitou. No nosso caso, ela também nos ofereceu. Mas temos
um contrato vigente até 2012,
mesmo com esse problema dos
volumes [o consumo aumentou e o excedente não está no
contrato]", disse Armbrust.
Em nota, a Petrobras afirmou que não há proposta de
aumento de 30% no preço do
gás, mas que o valor do produto
"deve assegurar a remuneração
dos investimentos no setor".
O presidente da CEG disse
temer perda de competitividade. Ele falou que, para a indústria já instalada e que usa gás,
ainda pode ter um preço competitivo. Mas que pode deixar
de ser interessante para novas
indústrias que ainda não estão
consumindo gás e que precisam converter equipamentos.
Armbrust afirmou que a indústria como um todo está
preocupada. "Um incremento
de 30% sobre os 80% que a Petrobras domina do preço acarretaria impacto de 24%."
A Comgás (Companhia de
Gás de São Paulo) disse que o
corte de gás ocorrido nesta semana não é culpa das distribuidoras. "Há uma demanda real
de mercado. É a mesma coisa
que atribuir o problema do setor aéreo ao aumento do número de passageiros", disse o diretor Sérgio Luiz da Silva.
Segundo ele, a Comgás tem
um volume de 12,4 milhões de
metros cúbicos de gás diários
contratado com a Petrobras,
mas a demanda do Estado está
2 milhões de metros cúbicos
acima disso. "Negociamos há
um ano com a Petrobras uma
revisão disso, para que possamos nos adequar à demanda."
Ele disse que os novos contratos serão flexíveis, prevendo
que, caso haja uma demanda de
gás para termoelétricas, a matriz energética seja trocada, por
exemplo, pelo óleo. "É o que
ocorreu nesta semana com sete
indústrias do Estado, que readequaram o consumo de gás."
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