São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2007

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Para distribuidora, Petrobras pretende reajustar gás em 30%

RAQUEL ABRANTES
DA SUCURSAL DO RIO

MARINA FALEIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A discussão em torno do valor do gás natural tem um consenso: o preço deve subir. As divergências são sobre quem deve pagar mais caro por ele.
O presidente da CEG e da CEG Rio (que distribuem gás no Estado do Rio), Bruno Armbrust, disse que a Petrobras iniciou processo de negociação de novos contratos com o Norte e o Nordeste, com uma fórmula de preços que incrementa o valor do gás para as distribuidoras em 30%.
"A questão é que nenhuma concessionária -que eu saiba- aceitou. No nosso caso, ela também nos ofereceu. Mas temos um contrato vigente até 2012, mesmo com esse problema dos volumes [o consumo aumentou e o excedente não está no contrato]", disse Armbrust.
Em nota, a Petrobras afirmou que não há proposta de aumento de 30% no preço do gás, mas que o valor do produto "deve assegurar a remuneração dos investimentos no setor".
O presidente da CEG disse temer perda de competitividade. Ele falou que, para a indústria já instalada e que usa gás, ainda pode ter um preço competitivo. Mas que pode deixar de ser interessante para novas indústrias que ainda não estão consumindo gás e que precisam converter equipamentos.
Armbrust afirmou que a indústria como um todo está preocupada. "Um incremento de 30% sobre os 80% que a Petrobras domina do preço acarretaria impacto de 24%."
A Comgás (Companhia de Gás de São Paulo) disse que o corte de gás ocorrido nesta semana não é culpa das distribuidoras. "Há uma demanda real de mercado. É a mesma coisa que atribuir o problema do setor aéreo ao aumento do número de passageiros", disse o diretor Sérgio Luiz da Silva.
Segundo ele, a Comgás tem um volume de 12,4 milhões de metros cúbicos de gás diários contratado com a Petrobras, mas a demanda do Estado está 2 milhões de metros cúbicos acima disso. "Negociamos há um ano com a Petrobras uma revisão disso, para que possamos nos adequar à demanda."
Ele disse que os novos contratos serão flexíveis, prevendo que, caso haja uma demanda de gás para termoelétricas, a matriz energética seja trocada, por exemplo, pelo óleo. "É o que ocorreu nesta semana com sete indústrias do Estado, que readequaram o consumo de gás."


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