São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2007

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Audiência sobre imposto sindical acaba em confusão no Congresso

Autor de proposta de fim do desconto obrigatório sai escoltado por seguranças

LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em clima de assembléia, sindicalistas, empresários, governo e senadores se uniram para defender a manutenção do imposto sindical, desconto obrigatório em folha de pagamentos que equivale a um dia de trabalho por ano e serve para financiar sindicatos, federações, confederações e, em breve, centrais sindicais.
Emenda aprovada pela Câmara dos Deputados ao projeto que legaliza a existência das centrais sindicais acabou com a cobrança automática do imposto e exige que, a partir de 2008, os trabalhadores paguem diretamente a contribuição aos sindicatos ou autorizem o desconto em seus salários.
Teoricamente, a audiência pública presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), relator do projeto na CAS (Comissão de Assuntos Sociais), tinha como objetivo discutir as várias opiniões sobre a mudança feita pelos deputados no financiamento do sistema sindical. Na prática, porém, a audiência teve um cenário mais parecido com uma assembléia de sindicato.
Dos quase 30 oradores, apenas o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), autor da emenda que acabou com a cobrança automática na Câmara dos Deputados, tentou falar contra o tributo, mas foi interrompido inúmeras vezes por vaias.
"É assim que começa o fascismo", disse Carvalho em resposta a gritos de "mentiroso" e cartazes que o acusavam de querer acabar com direitos dos trabalhadores. Uma confusão se armou entre parte da platéia e cerca de 20 apoiadores do deputado. Os seguranças do Senado tiveram de intervir. Ao fim, Augusto Carvalho deixou o auditório escoltado por dois deles.


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