São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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Consumo deverá crescer e incluir mais supérfluos

Crise já não assusta tanto neste fim de ano como em 2008; por isso, intenção de gastar mais é maior

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de gastar mais neste ano, o consumidor deve comprar mais itens supérfluos do que comprou no ano passado, quando temia os efeitos da crise econômica internacional em seu emprego e na sua renda.
Na Armarinhos Fernando, por exemplo, as vendas de itens como enfeites de Natal já cresceram cerca de 5% sobre igual período do ano passado.
"Mesmo quem podia gastar mais, segurou o 13º salário no ano passado porque temia o que poderia acontecer. Neste ano, o cenário é outro. E a disposição para gastar também", diz Ondamar Antonio Ferreira, gerente da loja matriz da rede, que atualmente conta com 13 unidades na Grande São Paulo. "Se ele gastou R$ 50 na árvore de Natal de 2008, neste ano pode gastar R$ 100", diz.
No Pão de Açúcar, a expectativa é que a venda de enfeites natalinos seja 30% superior à do ano passado. Nas prateleiras dos supermercados do grupo está 1,3 milhão de peças à disposição dos clientes.
Os prazos maiores e a estabilidade nos preços dos produtos devem levar o consumidor a comprar mais neste ano, segundo avalia José Roberto Tambasco, vice-presidente executivo do Grupo Pão de Açúcar. "Em 2008, o parcelamento era de 10 a 12 vezes, sem juros. Neste ano, são 15 meses, o que facilita a compra de itens de maior valor, especialmente de eletroeletrônicos."
Nas 450 lojas do Ponto Frio, o pagamento foi estendido para 18 meses, sem juros, no cartão da rede desde o último sábado.
Com a maior oferta de crédito e melhores condições de pagamento, o Pão de Açúcar estima que as vendas de eletroeletrônicos e de computadores deva crescer até 30% no fim deste ano em comparação a igual período de 2008.
"Vai ser um Natal mais gordo para o consumidor, com uma ceia mais gorda, já que os preços de produtos importados como bacalhau, frutas secas e vinhos estarão menores neste ano do que estavam em 2008", afirma Tambasco.
No setor de brinquedos a tendência é a mesma: o consumidor deve gastar mais, comprando itens de valor mais elevado, segundo avalia Celso Pilnik, diretor comercial da PB Kids. "Desde outubro, já notamos que os clientes têm gastado um pouco mais. Para o final deste ano, acreditamos que cada consumidor deve gastar entre 5% e 10% mais do que gastou nas compras de 2008", afirma. No ano passado, o gasto por pessoa foi de R$ 122.
Os destaques deste ano nas lojas, importados pela PB Kids, devem ser a linha exclusiva de bonecas Anne Geddes, com preços que variam de R$ 39,90 a R$ 120, e a Fashion Doll Only Hearts Club, com preços de R$ 59 a R$ 229, dependendo da quantidade de acessórios.
A rede, que espera vendas 20% maiores neste Natal do que as de 2008, também se preparou para o final deste ano e contratou 56 funcionários temporários em outubro e deve admitir mais alguns neste mês.

Estoques mineiros
A forte alta esperada para as vendas no comércio neste Natal já leva 26% de 150 lojistas consultados pela Fecomercio Minas a enfrentarem problemas de reposição de estoques.
Os principais motivos alegados pelos fornecedores para justificar os problemas de abastecimento são o acúmulo de pedidos e as dificuldades de negociar prazos de entrega.
Cerca de 75% dos lojistas, entretanto, preveem compor seus estoques até dezembro. Outros 19% acreditam que irão receber neste mês os produtos encomendados, enquanto 6% já receberam em outubro.
"Poderá ocorrer a falta de alguns modelos. São apenas quatro fabricantes no mundo que produzem a matéria-prima básica para recepção desses aparelhos [televisão] e com a alta demanda que deve acontecer no final do ano a falta é inevitável", afirma Valdemir Colleone, diretor da Lojas Cem. (CR e FF)

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