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AUTOMÓVEIS Emme Lotus investe US$ 162 mi para fabricar o 422T, com carroceria de plástico e motor turbo, que atinge 250 km/h e custa R$ 54 mil
Pindamonhangaba produz carro mais caro do país
ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local
O carro mais luxuoso e caro produzido no Brasil não sai das linhas
de montagem do ABC ou de Betim,
mas de uma fábrica instalada na cidade de Pindamonhangaba, interior de São Paulo, a 140 quilômetros de distância da capital.
É o Emme 422T, um sedã esportivo com quatro portas, motor Lotus
910S 2.2 turbo, importado da Inglaterra, que atinge velocidade máxima de 250 km por hora. A grande
novidade é a carroceria, feita de
um tipo de plástico especial.
O 422T, fabricado pela Emme
Lotus, está sendo exibido no estande da empresa, no Salão do Automóvel, e custa R$ 54.450. Antes dele, o carro mais caro fabricado no
Brasil era o Omega, que já saiu de
linha. Custava R$ 47 mil.
Sergio Ratti, diretor-técnico da
Emme, diz que o 422T conta com
tecnologia e design fornecidos pela
Lotus inglesa. O projeto, segundo
ele, foi desenvolvido no Brasil com
participação de engenheiros da
Lotus e da Bugatti italiana.
"Temos índice de nacionalização
de peças de 87%", afirma. No futuro, o carro terá mais duas versões,
com motores 2.0 feitos no Brasil.
Um tipo especial de plástico, que
recebeu o nome de vextrim, substitui matérias-primas mais tradicionais, como aço ou alumínio, na fabricação da carroceria. Ratti se nega a dar mais detalhes sobre o produto. Diz que é segredo industrial.
Conta apenas que o vextrim foi
desenvolvido por um consórcio
europeu, que também se chama
Vextrim, com sede em Mônaco.
Segundo Ratti, o uso do vextrim
reduz o custo de produção e torna
o carro cerca de cem quilos mais
leve que veículos de tamanho equivalente, como o Omega.
A Emme é uma marca cheia de
mistérios. "Decidimos fugir da imprensa até começar a produção",
confessa Ratti. Há cinco anos no
país, nunca fez publicidade e pouco falou sobre seus investimentos.
A empresa é controlada por um
grupo de empresários estrangeiros
associados ao consórcio Vextrim.
Não existem carros e fábricas
Emme no resto do mundo.
Ratti diz que o projeto está sendo
desenvolvido desde 93 e já foram
investidos no país US$ 162 milhões. A fábrica de Pindamonhangaba, que tem 110 funcionários, foi
inaugurada no início de 96, mas
somente agora começou a produção em série. "A intenção era lançar o carro em 97, mas tivemos
problemas com o fornecimento de
alguns componentes", diz Ratti.
A produção é quase artesanal.
Por enquanto, saem da fábrica
apenas dois carros por dia. Em seis
meses, a meta é chegar a 30 veículos por dia e iniciar a exportação
para Europa e Mercosul.
"Vamos exportar 60% da produção. Um carro dessa categoria não
custa menos de US$ 80 mil na Europa", explica Ratti. No Brasil, o
preço de um importado do mesmo
segmento chega a US$ 200 mil.
Sem fazer publicidade, a Emme
recebeu 70 pedidos e já está entregando os carros. As primeiras concessionárias da marca -em São
Paulo, Curitiba e Porto Alegre-
devem ser abertas nas próximas
semanas, diz Ratti.
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