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Indústrias esperam vender e lucrar mais
Consulta feita a 1.594 empresas paulistas de 12 atividades, a pedido da Fiesp, mostra otimismo dos empresários para 2008
Crescimento do emprego, da renda e da oferta de crédito leva empresários
a fazer previsões otimistas; mercado externo preocupa
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Elevada carga tributária, taxa
de câmbio desfavorável à exportação e juros altos -as principais queixas dos empresários
para manter as fábricas competitivas- não devem ser obstáculos para a forte expansão da
indústria no ano que vem.
Consulta feita a 1.594 indústrias paulistas de 12 setores entre outubro e novembro pela
Ipsos, a pedido da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), mostra que 77%
das empresas devem vender
mais; 66%, lucrar mais; 50%,
empregar mais; e 57%, investir
mais no ano que vem.
Os crescimentos do emprego, da renda e da oferta de crédito, além de prazos mais longos de financiamento para consumidores e empresas, levam
os empresários a fazer previsões bastante otimistas para
seus negócios ao longo de 2008.
No estudo feito pela Ipsos, os
setores de fumo, madeira e móveis são os que se destacam nas
previsões positivas para 2008.
Das empresas ouvidas nos setores, 45% esperam aumentar
em mais de 15% as vendas no
ano que vem; 29%, aumentar a
lucratividade em mais de 15%;
23%, elevar o emprego em mais
de 15%; e 24%, aumentar os investimentos em mais de 15%.
Essa foi uma das surpresas
do levantamento, na avaliação
da Fiesp, já que esses setores
eram os mais pessimistas
quanto aos negócios neste ano.
No entanto estariam sendo beneficiados pelo crédito mais facilitado oferecido pelas instituições financeiras.
Os setores de papel e celulose, açúcar e álcool, metalúrgico
e de estruturas metálicas, máquinas e equipamentos, químico e automobilístico também
se destacam nas previsões otimistas para o ano que vem.
"Esse otimismo para 2008 é
mais baseado na realidade do
atual momento do que na memória do passado. Desde 2004
não víamos tanto entusiasmo
dos empresários como vemos
atualmente. As indústrias estão
conseguindo driblar a elevada
carga tributária, a taxa cambial
desfavorável e os juros altos e
enxergar um futuro melhor",
diz Paulo Francini, diretor do
Departamento de Pesquisas e
Estudos Econômicos da Fiesp.
Para os empresários, não há
sinais de mudanças nas condições econômicas no mercado
interno -43% das 1.594 indústrias consultadas acreditam
que não haverá alterações no
mercado doméstico em 2008.
"Este ano foi, na média, melhor que os últimos dois anos e
a economia deu uma acelerada
forte neste último trimestre. A
impressão é que o Natal será
mirabolante", diz Júlio Gomes
de Almeida, economista do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial).
O levantamento da Ipsos
constatou que 63% das 1.594
indústrias ouvidas estão satisfeitas com o desempenho da
economia e da empresa. Se
consideradas as indústrias com
mais de 300 empregados, 76%
das empresas dizem estar animadas com suas performances
e também com a do país.
O que preocupa os empresários é o desempenho dos negócios no exterior. Dos 12 setores
consultados pela Ipsos, 9 reduziram a participação das exportações sobre a receita. As exportações representam hoje
16%, em média, do faturamento das 717 indústrias consultadas que exportam. Antes de
2005, o percentual era de 18%.
As 189 indústrias que informaram ter reduzido as vendas
no mercado internacional
apontam a valorização do real
diante do dólar como o principal motivo para a queda de vendas no mercado externo. Em
seguida, citam perda de competitividade e queda dos preços
no mercado internacional.
O levantamento também
constatou que as indústrias
pretendem utilizar mais insumos importados nos seus produtos -41% das 607 empresas
que importam informam que a
expectativa é comprar mais insumos de fora no próximo ano.
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