São Paulo, quinta-feira, 03 de janeiro de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Consumidor deverá pagar pelo aumento dos impostos

Como sempre, é o consumidor quem deve pagar pelo aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) do setor financeiro, anunciados ontem pelo governo. "O "spread" bancário [diferença entre a taxa de juros do dinheiro captado e a cobrada pelos bancos] vai subir", afirma Ana Carla Abrão Costa, economista-chefe da consultoria Tendências. "Isso é preto no branco."
Isso porque o IOF e a CSLL entram na composição do "spread". O primeiro como tributação indireta e o segundo como direta, que, com o IR, o PIS e a Cofins que compõem o bolo fiscal que responde por 25% do "spread".
"O primeiro efeito será o aumento no custo dos empréstimos bancários", diz Costa. "O banco não terá prejuízo e repassará na conta, quando elaborar os juros de crédito. É péssima notícia para o consumidor bancário, que pagará parte da perda da arrecadação de um governo gastador." Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, tem a mesma visão. "Crédito é um produto como outro qualquer", diz. "O banco cobrará mais e o tomador de crédito é quem pagará a conta."
Para Joel Bogdanski, consultor de análise econômica do Itaú, no entanto, não é garantido que os bancos aumentem o "spread". "Os bancos vão fazer as contas e ver se será necessário o aumento", afirma. "O "spread" pode até não aumentar em determinadas linhas."
Os economistas concordam que a medida era esperada e foi razoável. "Ninguém gosta de aumento de impostos, mas a decisão era esperada", diz Bogdanski. "Em outros momentos de perda de arrecadação, a reação foi parecida."
Para eles, a decisão faz sentido do ponto de vista da política monetária, já que o governo estava preocupado com o aumento do consumo e uma possível alta da inflação. Ao elevar o custo dos empréstimos, o governo tira liqüidez do mercado, que será turbinado pelos R$ 40 bilhões deixados para o consumo, com o fim da CPMF.
Sobram críticas aos cortes. "O governo não atacou os gastos correntes, mas os investimentos", diz Agostini.
Para Costa, da Tendências, a agenda de curto prazo sobrepôs-se à de longo prazo. "Foi a decisão mais fácil de fazer nesse momento", diz ela. "Era a alternativa natural para quem quer cortar o menos possível."

Dentistas lançam modelo de negócio voltado à classe C

Com foco na classe C, os dentistas Gabriel Lembo e Sandro Moreno criaram a Simplan, uma clínica odontológica especializada em implantes dentários a preços populares.
Entre os diferenciais estão procedimentos dentários nos quais não há corte, materiais nacionais que permitem redução de até 60% dos custos e a oferta de três anos de garantia ao cliente.
Inaugurada neste mês em três bairros de São Paulo (Paraíso, Ibirapuera e Santana), a rede vai adotar sistema de parcelamento, o chamado "carnê dentário".
Os sócios esperam crescimento de 50% no primeiro ano do negócio.

POLÊMICA GELADA
A Cervejaria Petrópolis, fabricante da Itaipava, conseguiu liminar na Justiça contra a veiculação da campanha publicitária do Sindicerv (das indústrias de cerveja), que alerta para a proliferação de bactérias sob o selo de papel alumínio colocado nas latas. A Itaipava é a única cerveja que adota o selo. A Justiça prevê multa de R$ 500 mil, caso o anúncio seja veiculado. O Sindicerv já recorreu.

CAFEZINHO
Nestlé, Sara Lee e Melitta devem disputar cafés produzidos no Brasil e no Vietnã que levam o selo de garantia de produção com responsabilidade social e ambiental. A Nestlé pretende, dentro de dez anos, só usar esse tipo de café no Nescafé.

CASA NOVA
A TIV Plásticos inaugura amanhã sua nova fábrica, em Diadema (SP).

DANÇA DE CADEIRAS
Olivier Weber, que comandou a operação brasileira e do Cone Sul da PepsiCo Alimentos, foi promovido a presidente para a América do Sul e Caribe. Já o brasileiro Otto Von Sothen, que era gerente-geral na região andina (Venezuela, Colômbia, Peru e Equador), ocupará o cargo de gerente-geral da Pepsico Alimentos no Brasil.

O RETORNO
Há cinco anos, Sothen foi diretor-geral da Quaker no Brasil e volta graças aos resultados na região andina. "Não haverá grandes mudanças na empresa", diz Sothen. A Pepsico Alimentos inclui Elma Chips, Quaker, Toddy e Coqueiro. A companhia espera aprovação do Cade para consolidar a compra da Lucky.

SELVA
A Alcoa é o principal patrocinador de uma exposição sobre a Amazônia que acontece em abril em NY.

SALA DE AULA
Heitor Peixoto, diretor-executivo da Business School São Paulo, que acaba de ser comprada pela Laureate International Universities e ampliou em 25% o número de executivos nos cursos em 2007 -foram 1.231 alunos de empresas como Atlas Schindler, Avaya, AmBev, Avon, Net e de grandes escritórios de advocacia; os cursos abordam temas como gestão de negócios e de pessoas, estratégia, negociação e marketing; em 2008, o plano é expandir a oferta de cursos para outras áreas

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