São Paulo, quinta-feira, 03 de janeiro de 2008

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Liquidações são adiadas para fim do mês

Com baixos estoques, lojistas mantêm preços; movimento no comércio ainda é bom, informa a Alshop

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A tradicional liquidação de lojas de shoppings, que ocorre no início do ano, foi adiada para a segunda quinzena de janeiro.
Como as vendas para o Natal foram as melhores dos últimos dez anos, boa parte dos lojistas optou por liquidar as sobras de mercadorias no final do mês.
A Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings), com cerca de 17 mil associados no país, consultou ontem dez shoppings na capital paulista e seis no interior de São Paulo e constatou que o movimento de vendas ainda continua bom.
"As liquidações e as promoções, portanto, foram adiadas", afirma Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor da Alshop.
Quando as vendas para o Natal não vão bem, os lojistas reduzem os preços das mercadorias para obter capital de giro.
"Como as vendas no final do ano passado foram boas em todos os setores [o faturamento médio das lojas subiu entre 10% e 12% em dezembro do ano passado sobre o mesmo mês de 2006], os lojistas não estão pensando neste momento em promoções ou liquidações. Só quem errou na dimensão de vendas para o final do ano e está com estoques mais altos do que o previsto vai reduzir preços."
Algumas grandes redes de lojas vão manter a tradição de liquidações. O Magazine Luiza realiza amanhã, a partir das 6h, a sua tradicional liquidação em 392 lojas em todos os setores, com descontos de até 70%.
E até o próximo dia 16, a rede Extra oferece descontos de até 50% em produtos das linhas de vestuário, calçados, eletroeletrônicos, informática e artigos de cama, mesa e banho.
"A impressão que temos é que não sobrou muita coisa no comércio. Só algumas redes devem realizar fortes promoções", afirma Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O comércio paulista registrou em 2007 o melhor ano desde 2000. A média de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), indicador das vendas a prazo, e ao Usecheque, termômetro das vendas à vista, subiu 6,15% sobre 2006. As consultas ao SPC subiram 6,2% e ao Usecheque, 6,1%, no período. Em dezembro de 2007, as consultas ao SPC subiram 7,9%, e ao Usecheque, 7,7%, sobre o mesmo mês de 2006.
Crédito mais farto e barato, prazos de financiamento mais longos e expansão do emprego e da renda explicam desempenho mais favorável do comércio no Natal e no ano de 2007.
A ACSP também constatou maior disposição do consumidor para pagar dívidas em atraso. O número de carnês quitados subiu 16% em dezembro do ano passado na comparação com igual mês de 2006 e o número de carnês em atraso subiu 10,2%, no período. Na avaliação da ACSP, isso mostra que o consumidor usou mais o 13º salário para quitar dívidas.
"O comércio começa este ano no mesmo ritmo do final de 2007 e pode enfraquecer mais ao longo do ano, dependendo do desempenho da economia norte-americana e da inflação no mercado interno. Mas, ainda assim, esperamos para este ano aumento da ordem de 6% na média de consultas ao SPC e ao Usecheque", diz Alfieri.


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