|
Texto Anterior | Índice
Liquidações são adiadas para fim do mês
Com baixos estoques, lojistas mantêm preços; movimento no comércio ainda é bom, informa a Alshop
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A tradicional liquidação de
lojas de shoppings, que ocorre
no início do ano, foi adiada para
a segunda quinzena de janeiro.
Como as vendas para o Natal
foram as melhores dos últimos
dez anos, boa parte dos lojistas
optou por liquidar as sobras de
mercadorias no final do mês.
A Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings),
com cerca de 17 mil associados
no país, consultou ontem dez
shoppings na capital paulista e
seis no interior de São Paulo e
constatou que o movimento de
vendas ainda continua bom.
"As liquidações e as promoções, portanto, foram adiadas",
afirma Luís Augusto Ildefonso
da Silva, diretor da Alshop.
Quando as vendas para o Natal não vão bem, os lojistas reduzem os preços das mercadorias para obter capital de giro.
"Como as vendas no final do
ano passado foram boas em todos os setores [o faturamento
médio das lojas subiu entre
10% e 12% em dezembro do ano
passado sobre o mesmo mês de
2006], os lojistas não estão
pensando neste momento em
promoções ou liquidações. Só
quem errou na dimensão de
vendas para o final do ano e está
com estoques mais altos do que
o previsto vai reduzir preços."
Algumas grandes redes de lojas vão manter a tradição de liquidações. O Magazine Luiza
realiza amanhã, a partir das 6h,
a sua tradicional liquidação em
392 lojas em todos os setores,
com descontos de até 70%.
E até o próximo dia 16, a rede
Extra oferece descontos de até
50% em produtos das linhas de
vestuário, calçados, eletroeletrônicos, informática e artigos
de cama, mesa e banho.
"A impressão que temos é
que não sobrou muita coisa no
comércio. Só algumas redes devem realizar fortes promoções", afirma Emílio Alfieri,
economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O comércio paulista registrou em 2007 o melhor ano
desde 2000. A média de consultas ao SPC (Serviço de Proteção
ao Crédito), indicador das vendas a prazo, e ao Usecheque,
termômetro das vendas à vista,
subiu 6,15% sobre 2006. As
consultas ao SPC subiram 6,2%
e ao Usecheque, 6,1%, no período. Em dezembro de 2007, as
consultas ao SPC subiram
7,9%, e ao Usecheque, 7,7%, sobre o mesmo mês de 2006.
Crédito mais farto e barato,
prazos de financiamento mais
longos e expansão do emprego
e da renda explicam desempenho mais favorável do comércio no Natal e no ano de 2007.
A ACSP também constatou
maior disposição do consumidor para pagar dívidas em atraso. O número de carnês quitados subiu 16% em dezembro do
ano passado na comparação
com igual mês de 2006 e o número de carnês em atraso subiu
10,2%, no período. Na avaliação
da ACSP, isso mostra que o
consumidor usou mais o 13º salário para quitar dívidas.
"O comércio começa este ano
no mesmo ritmo do final de
2007 e pode enfraquecer mais
ao longo do ano, dependendo
do desempenho da economia
norte-americana e da inflação
no mercado interno. Mas, ainda assim, esperamos para este
ano aumento da ordem de 6%
na média de consultas ao SPC e
ao Usecheque", diz Alfieri.
Texto Anterior: Para estilista, venda traz democratização Índice
|