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Serra pede a Mantega metrô e Ferroanel no PAC
Após troca de farpas pública, governador apresenta pedidos de SP a ministro
Mantega diz que pensa a economia de forma similar à de Serra e pede ajuda para desenhar e implementar
a reforma tributária
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após baterem boca em público na semana passada, o governador José Serra (PSDB-SP) e o
ministro Guido Mantega (Fazenda) reuniram-se ontem em
São Paulo para discutir o PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento). Mantega "explicou" o plano ao governador,
que pediu mudanças.
As reivindicações serão analisadas pela equipe econômica,
segundo Mantega, que disse
ainda ter pedido a ajuda de Serra para desenhar e implementar a reforma tributária.
"Quando nós apresentamos
o PAC, não pudemos detalhar
todos os investimentos que seriam feitos em cada Estado. Então agora cabe-nos essa missão
de conversar com os governadores", disse Mantega.
Serra pediu a inclusão de dois
projetos de investimentos no
PAC: a linha 2 do metrô da capital paulista e o tramo Sul do
Ferroanel. Tanto o ministro
quanto Serra lembraram que
havia recursos a obras de metrô
de vários outros Estados.
No caso do Ferroanel, o PAC
inclui só o tramo Norte do projeto, obra de 65 km. O trecho
Sul, de 47 km, não foi incluído.
Mantega disse não saber o motivo. "Queremos também o trecho norte", pediu Serra.
O governador também pleiteou isenção de PIS/Cofins para as empresas de saneamento
de todo o país, algo que custaria, em renúncia fiscal, R$ 1,3
bilhão ao governo federal, segundo o próprio governador.
A isenção, disse Serra, corresponderia a "injetar [recursos] na veia" do setor de saneamento. Ela seria concedida às
empresas de saneamento, que
poderiam usar os recursos para
aumentar os investimentos.
Serra pediu ainda a regionalização do porto de Santos. "Nossa proposta é de regionalizar o
porto, inclusive com a participação da administração federal
[...], com a coordenação do governo do Estado", disse.
O governo federal, por meio
do PAC, já destinou R$ 1,2 bilhão para o Rodoanel, disse
Mantega -R$ 300 milhões
anuais até 2010. Neste caso, o
governador queria apenas garantias de que a obra estaria livre de contingenciamento.
Na semana passada, Mantega
havia trocado farpas com Serra
pela imprensa, dizendo que o
governador "ou não leu o plano
ou então leu o plano errado".
Serra havia dito um dia antes
que considerava as medidas do
plano "fracas" e "tímidas" e
que, sozinhas, não deveriam
trazer expansão econômica.
"Eu não usei a expressão fraco, eu disse que havia itens vagos. De fato, não havia especificação, coisa que agora foi apresentada", disse Serra, reiterando, pouco antes de encerrar entrevista coletiva no Palácio dos
Bandeirantes, que o PAC "exige
complemento da política macroeconômica".
Mantega disse ter muitas afinidades com Serra do ponto de
vista do pensamento econômico. "Eu queria dizer que eu conheço o Serra há muitos anos.
Temos um defeito comum, somos economistas, e acho que
até compartilhamos o pensamento econômico em algumas
áreas. Ambos somos desenvolvimentistas, ainda somos, novos desenvolvimentistas. Temos muitos pontos em comum
que podemos discutir."
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