São Paulo, sábado, 03 de fevereiro de 2007

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Lula prevê recorde de viagens a obras do PAC

Presidente afirma que viajará "neste país mais do que em qualquer outro momento" para fazer "pente-fino" em projetos

No interior de São Paulo, petista diz que ele próprio cuidará "do rebanho" para garantir o destravamento de planos e investimentos


FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A PAULÍNIA (SP)

Em mais um evento da maratona desta semana para promover o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Paulínia (SP) que em 2007 viajará "neste país mais do que em qualquer outro momento" para acompanhar com "pente fino" o andamento de projetos do programa.
Segundo o presidente, ele próprio cuidará "do rebanho" para garantir o "destravamento" de planos e investimentos.
"Eu aprendi, nos primeiros quatro anos de mandato, que, se o presidente não estiver tomando conta do rebanho, a gente pode ver as reses se perderem por esse imenso território de 8 milhões e meio de quilômetros quadrados", afirmou.
Lula participou do lançamento da "pedra fundamental" da Petroquímica Paulínia, parceria entre a empresa privada Brasken (60%) e a Petrobras (40%). Com investimento de R$ 500 milhões e prevista para funcionar em 2008, a fábrica produzirá polipropileno, matéria-prima usada de utensílios domésticos a peças de carros.
Lula afirmou que a Petrobras será "peça indutora" do crescimento do setor petroquímico para que o país seja referência mundial -citou o álcool e o petróleo como exemplos.

Esforço político
Tanto em Paulínia como em Campinas (SP), onde à tarde inaugurou uma estação de tratamento de esgoto, também parte do PAC, o presidente defendeu o programa como um plano para o país, e não um projeto de seu governo. Ao falar sobre o programa em Campinas, disse que estava em situação "confortável" para desenvolvê-lo, já que não disputará "mais nada no Brasil".
"Eu, pessoalmente, vou cuidar disso [PAC], porque eu estou numa situação confortável. Ou seja, eu não disputo mais nada no Brasil. Eu estou apenas querendo que o Brasil cresça economicamente", afirmou.
Completou: "Enquanto as pessoas que estão pensando em eleições estão fazendo disputas e discursos, meu problema nestes quatro anos é um bom problema, que é trabalhar".
Mais cedo, o presidente havia dito que uma "parceria entre empresários e trabalhadores pode canalizar a classe política brasileira a deixar brigas menores entre partidos e entre personalidades e assumir um compromisso com este país".
"O PAC não é um projeto do presidente Lula, o PAC não é uma necessidade do governo, o PAC é uma necessidade deste país, e o PAC é um projeto que tem começo, meio e fim", disse. Um dos entraves ao programa lançado pelo governo é a negociação política de medidas que acarretem perda de arrecadação com os governadores. Os Estados também querem parte do arrecadado com a CPMF.
Lula também fez uma defesa do câmbio e do aumento das importações em janeiro. Segundo o presidente, o maior volume importado fez "a alegria daqueles que acham que o câmbio precisa ter um certo ajuste", mas disse esperar "que o crescimento das importações tenha se dado exatamente em setores que possam significar aprimoramento tecnológico da indústria nacional".


Colaborou MAURICIO SIMIONATO, da Agência Folha, em Campinas

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