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Lula prevê recorde de viagens a obras do PAC
Presidente afirma que viajará "neste país mais do que em qualquer outro momento" para fazer "pente-fino" em projetos
No interior de São Paulo, petista diz que ele próprio cuidará "do rebanho" para garantir o destravamento de planos e investimentos
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A PAULÍNIA (SP)
Em mais um evento da maratona desta semana para promover o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
disse ontem em Paulínia (SP)
que em 2007 viajará "neste país
mais do que em qualquer outro
momento" para acompanhar
com "pente fino" o andamento
de projetos do programa.
Segundo o presidente, ele
próprio cuidará "do rebanho"
para garantir o "destravamento" de planos e investimentos.
"Eu aprendi, nos primeiros
quatro anos de mandato, que,
se o presidente não estiver tomando conta do rebanho, a
gente pode ver as reses se perderem por esse imenso território de 8 milhões e meio de quilômetros quadrados", afirmou.
Lula participou do lançamento da "pedra fundamental"
da Petroquímica Paulínia, parceria entre a empresa privada
Brasken (60%) e a Petrobras
(40%). Com investimento de
R$ 500 milhões e prevista para
funcionar em 2008, a fábrica
produzirá polipropileno, matéria-prima usada de utensílios
domésticos a peças de carros.
Lula afirmou que a Petrobras
será "peça indutora" do crescimento do setor petroquímico
para que o país seja referência
mundial -citou o álcool e o petróleo como exemplos.
Esforço político
Tanto em Paulínia como em
Campinas (SP), onde à tarde
inaugurou uma estação de tratamento de esgoto, também
parte do PAC, o presidente defendeu o programa como um
plano para o país, e não um projeto de seu governo. Ao falar sobre o programa em Campinas,
disse que estava em situação
"confortável" para desenvolvê-lo, já que não disputará "mais
nada no Brasil".
"Eu, pessoalmente, vou cuidar disso [PAC], porque eu estou numa situação confortável.
Ou seja, eu não disputo mais
nada no Brasil. Eu estou apenas
querendo que o Brasil cresça
economicamente", afirmou.
Completou: "Enquanto as
pessoas que estão pensando em
eleições estão fazendo disputas
e discursos, meu problema nestes quatro anos é um bom problema, que é trabalhar".
Mais cedo, o presidente havia
dito que uma "parceria entre
empresários e trabalhadores
pode canalizar a classe política
brasileira a deixar brigas menores entre partidos e entre personalidades e assumir um compromisso com este país".
"O PAC não é um projeto do
presidente Lula, o PAC não é
uma necessidade do governo, o
PAC é uma necessidade deste
país, e o PAC é um projeto que
tem começo, meio e fim", disse.
Um dos entraves ao programa lançado pelo governo é a negociação política de medidas
que acarretem perda de arrecadação com os governadores. Os
Estados também querem parte
do arrecadado com a CPMF.
Lula também fez uma defesa
do câmbio e do aumento das
importações em janeiro. Segundo o presidente, o maior volume importado fez "a alegria
daqueles que acham que o câmbio precisa ter um certo ajuste",
mas disse esperar "que o crescimento das importações tenha
se dado exatamente em setores
que possam significar aprimoramento tecnológico da indústria nacional".
Colaborou MAURICIO SIMIONATO, da Agência Folha, em Campinas
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