São Paulo, sábado, 03 de fevereiro de 2007

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CONCORRÊNCIA

SDE faz buscas para apurar cartel no setor de cimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de três anos de investigação por suspeita de cartel no setor de cimento, a Secretaria de Direito Econômico obteve indícios suficientes para justificar buscas e apreensões na sede de seis empresas e duas associações, anteontem. A operação foi levada a cabo por policiais federais e teve apoio ainda da Advocacia Geral da União.
A SDE informou que o processo corre em sigilo, sem explicar a razão do segredo e sem dar nenhum detalhe.
Segundo apurou a Folha, a Votorantim, a Cimento Mauá e outras grandes empresas do setor receberam agentes da Polícia Federal e tiveram sua documentação devassada. Ambas negam condutas lesivas à livre concorrência do mercado.
O diretor jurídico da Lafarg Brasil, Eduardo Garcia, negou a prática de cartel, confirmou a visita de policiais e considerou "normal" a busca. A Lafarg controla a Cimento Mauá e se apresenta como a líder mundial do setor de construção civil.
A assessoria de imprensa da Votorantim informou que a empresa ficou "surpresa" com a "atitude e o modelo de investigação" adotado pela Secretaria de Direito Econômico porque vem colaborando com as autoridades desde o início da apuração.
Em 2003, a SDE notificou as dez principais empresas do setor sobre a abertura de um procedimento administrativo para investigar cartel no setor. Há suspeitas, segundo nota divulgada ontem pela secretaria, de combinação de "preços de cimento e concreto", divisão dos mercados regionais e de "mapear e manipular a clientela e impedir a entrada de novos concorrentes". O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento não se manifestou até a conclusão desta edição.


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