São Paulo, Quarta-feira, 03 de Fevereiro de 1999
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Porta-voz defende nome para o BC

da Sucursal de Brasília

O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso "tem a consciência de que, passado esse momento de transição", o país terá se "libertado de duas hipotecas que vinham freando o crescimento do país", que seriam o câmbio valorizado e uma situação fiscal que necessitava de correções.
A manutenção do valor do real em relação ao dólar, agora chamada de "hipoteca", foi uma das principais promessas da campanha reeleitoral de FHC.
Ao comentar o estado de espírito do presidente, após a segunda mudança no comando da economia, Amaral afirmou que FHC "está bem, atento e tem consciência de que está fazendo o bem para o país".
Amaral rechaçou críticas sobre as ligações do presidente indicado para o Banco Central, Armínio Fraga, com o megainvestidor George Soros.
"Acho que é difícil nós irmos buscar um diretor ou presidente do Banco Central num consultório clínico ou num escritório de advocacia. Felizmente as pessoas mais competentes para desempenhar uma função na área financeira são aquelas que trabalham no mercado financeiro", afirmou.
Ele disse, várias vezes, que o país vive "um período de incertezas" e que mudanças como as feitas ontem no comando do BC são uma mostra de que "o governo tem a obrigação de agir". "Se o mercado muda, o governo tem de avaliar o que é melhor para o país."
O porta-voz disse que a decisão de substituir Francisco Lopes por Armínio Fraga Neto foi tomada anteontem, depois de ser avaliada por FHC no fim-de-semana.

Ganância
FHC disse ontem que o aumento de preços de produtos em supermercados é fruto "da especulação e da ganância, e não da falta de produtos". FHC disse que, mais uma vez, a agricultura será a âncora do real.
"Mais uma vez, os produtores rurais vão garantir alimentos baratos na sua mesa", afirmou o presidente em seu programa semanal de rádio, "Palavra do Presidente". "Repetindo o esforço que fizeram quando implantamos o real em 94", completou.
Segundo o presidente, "os agricultores brasileiros são os grandes aliados no momento de elevação de preços de alguns produtos que dependem de importação".
Disse que a boa safra de verão, que é esperada, vai garantir também alimento para os criadores que abastecem o comércio de carne.
FHC justificou os motivos que o levam a acreditar novamente na âncora agrícola. Segundo ele, será grande a safra de verão especialmente para os produtores de milho, soja, feijão e arroz.


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