São Paulo, Quarta-feira, 03 de Fevereiro de 1999
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MEMÓRIA

"Ele escolhe bem as palavras"

COSETTE ALVES
Especial para a Folha

Entrevistei Armínio Fraga em Nova York em janeiro de 98. A crise já chacoalhava os mercados de todo o mundo, mas o foco ainda estava na Ásia.
Por conta do tempo que trabalhou com George Soros, achei que ele podia olhar a questão por vários ângulos.
Quando o dia chegou, ele me recebeu apressado em seu escritório de onde administrava o Quantum, um dos cinco fundos do megainvestidor.
Aparentando uma informalidade que eu não esperava encontrar em um homem como ele, me recebeu em mangas de camisa. Estava prestes a viajar para a Ásia e tratou de me alertar que tinha apenas meia hora para a conversa. Mas foi se empolgando e a entrevista acabou durando quase duas horas e meia.
Ele me pareceu um homem entusiasmado, porém prudente. Escolhe muito bem as palavras para explicar o que está pensando. Pela rotina que me relatou, Fraga tinha um ritmo de trabalho intenso. Mas parecia satisfeito. Seus olhos brilhavam.
Falamos sobre o Brasil. Provoquei-o sobre uma possível volta para assumir um cargo público, e ele disse que ficaria honrado. Nas entrelinhas foi possível notar que, apesar de estar fora do Brasil, mantinha uma ligação forte com o país. Tive a impressão de que ele gostaria realmente de voltar.


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