São Paulo, Quarta-feira, 03 de Fevereiro de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Dólar comercial desaba e fecha a R$ 1,75

da Reportagem Local

O dólar aprofundou, ontem, a queda iniciada na segunda-feira em relação ao real.
No câmbio comercial, a moeda fechou a R$ 1,75, com forte baixa de 8,4%.
Com isso, a valorização acumulada do dólar desde a mudança da política cambial foi bem reduzida. No ápice da valorização, o dólar chegou a acumular alta de 73,41% na sexta-feira passada, quando a moeda fechou a R$ 2,10.
No fechamento de ontem, a valorização acumulada era bem inferior, de 44,51%.
Pela média do BC, o dólar ficou em R$ 1,80, com desvalorização de 8,6% em relação à média anterior.
Dois foram os fatores que favoreceram a alta do real.
A indicação do economista Armínio Fraga para a presidência do BC animou os operadores, que andavam decepcionados com a atuação de Francisco Lopes à frente da instituição.
A percepção é de que Fraga saberá atuar para reduzir a volatilidade das últimas semanas.
A decisão do governo de aumentar o limite de posições "vendidas" em dólar dos bancos, anunciada na segunda, ajudou a aumentar a oferta da moeda.
Alguns especialistas acreditam que, sem essa medida, o dólar cederia bem menos, fechando ao redor de R$ 1,85.
Aumentar o limite de posições "vendidas" significa dar maior liberdade para que os bancos vendam um dólar que ainda não possuem.
Esse limite foi ampliado de US$ 3,5 bilhões para US$ 55 bilhões, no conjunto de todas as instituições.
Essa posição "vendida" pode ser coberta pela obtenção de linhas de crédito em dólar no exterior ou pela compra de dólares no mercado futuro, por exemplo.
Conforme era previsto, a calmaria no câmbio permitiu que o governo mantivesse o juro do over -mercado de juros de um dia- em 39% ao ano, interrompendo a política de puxar a taxa em 1,5 ponto percentual ao dia.
No mercado futuro, a projeção de juro para fevereiro baixou de 52,28% para 46,66%.
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em queda de 1,79%. Apesar disso, o desempenho das principais ações foi considerado positivo pelos operadores, já que a queda foi inferior à desvalorização do dólar no dia. (VANESSA ADACHI e ARTHUR PEREIRA FILHO)


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