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MERCADO FINANCEIRO
Dólar comercial desaba e fecha a R$ 1,75
da Reportagem Local
O dólar aprofundou, ontem, a
queda iniciada na segunda-feira
em relação ao real.
No câmbio comercial, a moeda
fechou a R$ 1,75, com forte baixa
de 8,4%.
Com isso, a valorização acumulada do dólar desde a mudança da
política cambial foi bem reduzida.
No ápice da valorização, o dólar
chegou a acumular alta de 73,41%
na sexta-feira passada, quando a
moeda fechou a R$ 2,10.
No fechamento de ontem, a valorização acumulada era bem inferior, de 44,51%.
Pela média do BC, o dólar ficou
em R$ 1,80, com desvalorização de
8,6% em relação à média anterior.
Dois foram os fatores que favoreceram a alta do real.
A indicação do economista Armínio Fraga para a presidência do
BC animou os operadores, que andavam decepcionados com a atuação de Francisco Lopes à frente da
instituição.
A percepção é de que Fraga saberá atuar para reduzir a volatilidade
das últimas semanas.
A decisão do governo de aumentar o limite de posições "vendidas" em dólar dos bancos, anunciada na segunda, ajudou a aumentar a oferta da moeda.
Alguns especialistas acreditam
que, sem essa medida, o dólar cederia bem menos, fechando ao redor de R$ 1,85.
Aumentar o limite de posições
"vendidas" significa dar maior liberdade para que os bancos vendam um dólar que ainda não possuem.
Esse limite foi ampliado de US$
3,5 bilhões para US$ 55 bilhões, no
conjunto de todas as instituições.
Essa posição "vendida" pode
ser coberta pela obtenção de linhas de crédito em dólar no exterior ou pela compra de dólares no
mercado futuro, por exemplo.
Conforme era previsto, a calmaria no câmbio permitiu que o governo mantivesse o juro do over
-mercado de juros de um dia-
em 39% ao ano, interrompendo a
política de puxar a taxa em 1,5
ponto percentual ao dia.
No mercado futuro, a projeção
de juro para fevereiro baixou de
52,28% para 46,66%.
A Bolsa de Valores de São Paulo
fechou ontem em queda de 1,79%.
Apesar disso, o desempenho das
principais ações foi considerado
positivo pelos operadores, já que a
queda foi inferior à desvalorização
do dólar no dia. (VANESSA ADACHI e
ARTHUR PEREIRA FILHO)
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