São Paulo, sábado, 03 de março de 2007

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Greenspan agora diz que recessão não é provável

Para ele, previsão para um prazo muito longo é "incerta"

DA REDAÇÃO

O ex-presidente do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) Alan Greenspan disse na quinta-feira que é possível que a economia americana entre em recessão até o final deste ano, mas que não é provável. Além disso, transcrição de parte de seu discurso da segunda-feira mostra que ele está menos pessimista com o cenário dos Estados Unidos do que fora interpretado anteriormente.
Segundo o "Wall Street Journal", Greenspan afirmou no início desta semana que não descartava a possibilidade de recessão no fim de 2007, mas que não estava tão preocupado quanto o megainvestidor George Soros (que disse no final de 2006 acreditar em recessão neste ano nos EUA).
O antecessor de Ben Bernanke no Fed também disse que era muito "incerto" fazer previsões para um prazo muito longo. "Seis, oito meses no futuro é uma previsão muito distante."
As declarações iniciais de Greenspan foram apontadas, junto com os indicadores da economia americana e a desvalorização na Bolsa de Xangai, como motivo para a queda no mercado de Nova York, na terça-feira. Na ocasião, a fala do ex-presidente do Fed foi publicada sem os atenuantes e foi interpretada como se, na visão de Greenspan, fossem maiores as chances de recessão.
Na quinta-feira, em conversa via satélite com investidores no Japão, Greenspan pareceu querer reforçar a sua posição. "As coisas parecem ir razoavelmente bem no curto prazo para os EUA e para o mundo. [Mas] não podemos simplesmente supor que esse período extraordinário de recuperação vá continuar indefinidamente."
Ele acrescentou que "o pior já passou" no setor imobiliário americano (um dos problemas da economia dos EUA), mas que o mercado deve continuar fraco. Para ele, os efeitos das queda no setor imobiliários só não tiveram um impacto maior na economia porque os preços dos combustíveis caíram.

Sem previsão de recessão
William Poole, presidente regional do Fed de St. Louis, disse que, embora "exista a possibilidade de recessão" nos EUA, o BC americano não prevê esse cenário e a estimativa de consenso é de crescimento de 2,5% a 3% no próximo ano.
"Nós não vemos uma recessão se aproximando. [Embora] não exista nenhuma garantia, essa é a projeção que temos."
Já o secretário do Tesouro, Henry Paulson, disse que a volatilidade é normal no mercado financeiro e que não é um sintoma dos problemas na economia dos Estados Unidos.
Ele reconheceu problemas nos setores industrial e imobiliário, mas disse que há "pontos brilhantes", como exportações e gastos do consumidor.


Com agências internacionais

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